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NOAA

A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a NOAA, ontem divulgou comunicado sobre a evolução do fenômeno La Niña que está no oitavo mês de atuação no Oceano Pacífico Equatorial. 

O fenômeno caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Pacífico na faixa equatorial com alteração do regime de vento na região, segundo a NOAA, ainda está presente com sinais de acoplamento nas condições de oceano e atmosfera. A agência climática dos Estados Unidos pondera, contudo, que o sinal de La Niña é fraco neste momento. 

O último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) apontou uma anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central, a denominada região Niño 3,4, de -0,7ºC. O valor corresponde à fraca intensidade. Por sua vez, a chamada região Niño 1+2, no Pacífico Equatorial Leste, mais perto das costas do Peru e do Equador, registrou uma anomalia de +0,2ºC, valor positivo e no território de neutralidade. Esta parte do oceano, em especial, tem uma forte influência no regime de chuva no Sul do Brasil e costuma apresentar oscilações de temperatura da superfície do mar mais bruscas de uma semana para outra. 

Com a quantidade de água fria que remanesce abaixo da superfície no Pacífico Equatorial Central, o fenômeno La Niña ainda persistirá neste final de verão e no início do outono. A grande questão permanece sobre quando exatamente vai chegar ao fim, uma resposta que a Meteorologia ainda não tem. 

De acordo com o comunicado da NOAA de ontem, há uma probabilidade de 60% de que no decorrer do outono haja uma transição de La Niña para quadro de neutralidade no Oceano Pacífico Equatorial. 

Chama a atenção que muitos modelos climáticos indicam que neste outono e durante o inverno o Pacífico poderia evoluir para um quadro de neutralidade, mas que durante o segundo semestre haveria um retorno do processo de resfriamento da área equatorial do oceano com a volta das condições de La Niña. 

A história climatológica está repleta de exemplos de eventos de La Niña de dois anos seguidos, mas é muito cedo para qualquer previsão com maior confiabilidade sobre o comportamento do Oceano Pacífico durante o segundo semestre deste ano.