Tempestades com chuva extrema, como a que atingiu o Rio de Janeiro deixando saldo de dez mortos e destruição, devem se tornar mais recorrentes. Equipes de pesquisadores realizam avanços na compreensão do futuro de eventos de precipitação extrema ao redor do mundo graças a novos modelos supercomputadorizados de alta resolução. Os mais sofisticados sugerem que à medida que o mundo aquece, o risco de episódios de chuva muito volumosa aumenta.

 “É Física pura”, diz o cientista atmosférico Kenneth Kunkel da Universidade Estadual da Carolina do Norte (EUA). O Painel Intergovernamental das Mudanças do Clima (IPCC) já apontou que em várias partes do mundo os eventos de chuva excessiva aumentaram.

 

O mapa acima mostra a probabilidade de aumento e diminuição de chuva extrema com um cenário de aquecimento do planeta em 3ºC (hoje está ao redor de 1ºC). Observa-se que todo o Brasil teria aumento de 20% a 80% de probabilidade de eventos de chuva extrema, sendo 50% a 100% conforme a área do Sul do Brasil.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia, a cidade do Rio de Janeiro teve 5 dias com 80 mm ou mais em 24h na década de 60, 5 dias nos anos 70, 4 na década de 80, 8 nos anos 90 e na década passada, e 12 dias nesta década, numa clara tendência de aumento da frequência de episódios extremos de precipitação.