Uma gigantesca nuvem de poeira do deserto do Saara está agora está avançando pela sua “viagem” de 7 mil quilômetros através do Atlântico até os Estados Unidos, o Caribe e a América Central. 

A poeira espessa é claramente visível nas imagens de satélite. Você pode ver pelo brilho marrom que se espalha pela costa africana. É tão densa a nuvem de poeira que está tornando quase difícil dizer onde o continente termina e o oceano começa.

A nuvem de poeira do Saara já chegou ao Caribe nas últimas horas e provocou uma forte redução de visibilidade na região, como se viu no começo da manhã desta segunda-feira no território norte-americano de Porto Rico.

A pluma de poeira do Saara atua também na parte norte da América do Sul como no Suriname, Guianas, Venezuela e Colômbia. Caracas tinha redução de visibilidade na manhã desta segunda-feira.

Sensores em satélite chegaram a indicar que a poeira do Saara alcançou até o estado do Amapá que tem parte do seu território no Hemisfério Norte, mas com muito pequena densidade.

Os modelos de previsão antecipam que essa gigantesca pluma de poeira, vinda diretamente do deserto do Saara e transportada pelos ventos de Leste a Oeste, chegue ao Sudeste dos Estados Unidos a partir do final desta terça e na quarta-feira.

A pluma de poeira saariana que se desloca através do Oceano Atlântico da África não é novidade. Grandes plumas de poeira do deserto avançam  rotineiramente no Oceano Atlântico do final da primavera ao início do outono no Hemisfério Norte. Esta, contudo, é uma das maiores já vistas e há quem considere que seja a maior em meio século,

Se for grande o suficiente e com ventos alísios favoráveis, a poeira pode viajar milhares de quilômetros através do Atlântico até as Américas Central e do Norte. 

Em muitos locais do Caribe e do Sul dos Estados Unidos, além da América Central, os habitantes notarão a camada de poeira do Saara na forma de uma névoa leitosa. As minúsculas partículas de poeira lançadas a quiômetros de altitude no ar também provocam a dispersão dos raios do sol ao entardecer e amanhecer, o que dá lugar a começos de manhã e finais de tarde muito mais coloridos.

A poeira saariana chega com ar extremamente seco e isso tende a inibir a formação de ciclones tropicais como tempestades tropicais e furacões. Um ciclone tropical precisa de um ambiente quente, úmido e calmo. Por isso, no curto prazo a temporada de furacões do Atlântico Norte estará calmíssima.