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Madrugadas seguidas de nevoeiro na Grande Porto Alegre | CAMILO SAUERESSIG

A Grande Porto Alegre registrou nesta sexta-feira o terceiro dia seguido com formação de nevoeiro reduzindo a visibilidade por toda a área metropolitana. Entre o meio e o final da manhã, mesmo com visibilidade melhor, as restrições ainda eram observadas na região.

Não há dados meteorológicos do Aeroporto de Porto Alegre por conta da enchente que ainda alada o aeródromo, mas na base área de Canoas a visibilidade caiu a apenas 200 metros às 8h da manhã por nevoeiro, melhorando na sequência.

O que está ocorrendo para os sucessivos dias de nevoeiro é fundamentalmente inversão térmica. Na quarta, a cerração foi causada pelo resfriamento gerado pela abertura do tempo com a atmosfera ainda úmida.

Ontem e hoje, o nevoeiro foi efeito de inversão térmica, o que vai se repetir durante o fim de semana. Por quê? Ar frio ingressou no começo da semana e resfriou muito a atmosfera inferior, mas agora ingressa ar mais quente em altitude.

O tempo aberto do começo da noite favorece rápido resfriamento e a temperatura perto da superfície cai a valores abaixo do que estão sendo registradas em camadas da atmosfera imediatamente superiores.

Com o Aeroporto de Porto Alegre sem operações, as sondagens com balão meteorológico que permitiriam ver a temperatura em cada nível da atmosfera por sondagens não estão sendo realizadas.

A parte mais baixa da nossa atmosfera é a troposfera, que pode atingir alturas de 16 km e é onde acontece a maior parte do nosso clima. É também uma seção da atmosfera onde a temperatura normalmente fica mais baixa quanto mais alto você sobe, por exemplo, quando você escala uma montanha, muitas vezes é mais frio no topo.

No entanto, às vezes uma pequena camada pode se formar onde a temperatura aumenta com a altura. Essa camada é chamada de inversão. Isso geralmente acontece com áreas de alta pressão, onde o ar em altitude geralmente desce em direção ao solo. À medida que desce, seca e aquece.

Essa camada quente de ar pode atuar como uma tampa e prender o ar mais frio perto da superfície (isso ocorre porque o ar quente é mais leve do que o ar frio e, portanto, tende a ‘flutuar’ acima do ar mais frio, mais denso, prendendo-o).

Isso proporciona a inversão. Se você fosse escalar uma montanha, ficaria mais quente à medida que chegasse ao topo. Isso é o oposto do que normalmente você esperaria, daí o termo ‘inversão’.

Em outras palavras, sob condições normais é comum estar mais frio no alto do Morro da Polícia em Porto Alegre que no Centro da capital. Numa noite de inversão, a temperatura no Centro tende a estar mais baixa que no alto do morro. Ou pode estar mais baixa ao amanhecer em Porto Alegre que em Gramado ou Caxias do Sul.

As inversões são mais comuns no inverno, quando a névoa e o nevoeiro ficam presos no ar mais frio. Quando há inversão térmica, os poluentes tendem a ficar “aprisionados” mais perto da superfície e isso piora a qualidade do ar. Este tipo de situação é bastante evidente no inverno na cidade de São Paulo.

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