O Norte da Argentina enfrenta uma grave onda de incêndios em vegetação que já dura vários dias. A região mais afetada é a da província de Salta, onde localidades do Norte provincial estão sofrendo com o fogo há dois meses e que ganhou intensidade no começo deste mês de novembro. O fogo continuava avançando e destruindo tudo em seu caminho.

Há uma mobilização nacional para socorrer Salta. Além de brigadistas, voluntários estão lutando “corpo a corpo” com os incêndios, tentando impedir que cheguem a comunidades em San Ignacio, localizada entre as colinas e onde o fogo avança de diferentes pontos, tornando o ar quase irrespirável e obrigando pessoas a deixarem as suas tarefas habituais para juntarem-se ao combate às chamas.

Por fotos e vídeos compartilhados em redes sociais, famílias das cidades de Salta de Orán, Colônia Santa Rosa, El Oculto e Valle Morado relataram diferentes focos de incêndios que ameaçam afetar seus bens materiais e colocam em risco suas vidas. Não há relatos de feridos ou desalojados, mas o governo de Salta não descarta a possibilidade. O incêndio em Orán também cercou parte da Ruta Nacional 50.

O governo nacional argentino informou em Buenos Aires a mobilização de aviões hidrantes, helicópteros e centenas de brigadistas do Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, através do Serviço Nacional de Gestão de Incêndios (SNMF), para combater os incêndios florestais em Salta e também em La Rioja.

Cerca de 130 brigadistas e pessoal de apoio ao combate a incêndios deslocaram-se a Salta, pertencentes à Administração de Parques Nacionais, à Brigada Nacional Sul e às províncias de Catamarca, Córdoba e Jujuy, que se uniram para colaborar com a província do Norte.

No entanto, apesar do trabalho, os incêndios florestais continuam destruindo as florestas e a selva de Yunga Salta. O subsecretário de Defesa Civil do Ministério de Segurança e Justiça de Salta, Jorge Arce, alertou que a área consumida pelo fogo chega a mais de 50 mil hectares.

 

A falta de chuva e a baixa umidade facilitam o aparecimento de incêndios em toda a província, explicou o subsecretário da Defesa Civil, que associou a época dos incêndios florestais às condições meteorológicas. “Tivemos um inverno ameno, com poucas temperaturas baixas, o que significa que há muito material combustível”, disse. “É uma fumaça pesada que está dificultando a respiração. É um martírio, você não consegue nem respirar”, acrescentou, observando que apenas chuva deve trazer alívio.

Imagens de satélite registram a grande quantidade de fumaça e densa que cobre a região de Salta. No começo do mês, quando do ingresso da forte massa de ar frio que avançou pelo interior do continente, correntes de vento levaram a fumaça de Salta até o Sul da região amazônica, no Norte do Brasil.