O final deste outono e o começo do inverno serão marcados pela continuidade da fase neutra no Oceano Pacifico Equatorial, sem a presença dos fenômenos El Niño (fase quente) e La Niña (fase fria), havendo a tendência de as condições de neutralidade seguirem ao menos até a primavera.

NASA
Na costa da América do Sul, chegou ao fim em abril um evento de El Niño costeiro, que é importante salientar não é a forma clássica (ou chamada canônica) do fenômeno El Niño, que se dá no Pacífico Equatorial Central.
Conforme os mais recentes boletins da NOAA, tanto as regiões do Pacífico Equatorial Centro-Leste (região Niño 3.4) como Leste (Niño 1+2) apresentavam nos últimos dias e semanas anomalias de temperatura da superfície do mar em torno de 0ºC.
A última vez em que o Oceano Pacifico Equatorial não apresentou uma anomalia semanal em neutralidade foi na primeira semana de fevereiro, no final do episódio de La Niña de 2024-2025.
Assim, o Pacífico completa já quatro meses com as anomalias de temperatura do mar em sua região principal de monitoramento em condições neutras, logo sem o El Niño e a La Niña.
Isso contraria a tendência dos últimos anos em que houve uma rápida transição de El Niño para La Niña e vice-versa, ao final de cada episódio. Terminado o episódio de La Niña no verão deste ano, estabeleceu-se um período de neutralidade que tende a ser de mais longa duração.
Neutro, porém não normal
Neutralidade é frequentemente confundida com normalidade, mesmo por profissionais da Meteorologia, mas pode trazer tanto extremos de El Niño como de La Niña. Assim, tanto na precipitação como na temperatura os sinais podem ser mistos no decorrer da estação.
Maio foi um exemplo disso. Volumes excessivos de chuva trouxera quase 500 mm de chuva no Noroeste da província de Buenos Aires com graves inundações. No Rio Grande do Sul, muitas cidades terminaram maio com chuva entre 300 mm e 500 mm, o que trouxe cheias de rios e enchentes, sobretudo no Oeste.
El Niño, La Niña ou neutro nos próximos meses?
A tendência, de acordo com a análise da MetSul a partir de modelos de clima e outras ferramentas, indica para os próximos três meses que as condições permaneçam neutras, com anomalias em torno de zero, ora com pequenos valores positivos e ora negativos.
Conforme a mais recente atualização mensal da Universidade de Columbia, publicada poucos dias atrás, para o trimestre de junho a agosto, o de inverno, as probabilidades são de 16% de La Niña, 73% de neutralidade e 11% de El Niño. Por sua vez, no trimestre de julho a setembro, 24% de probabilidade de Niña, 62% de neutralidade e 14% de Niño. No trimestre de agosto a outubro, 31% de Niña, 54% de neutro e 15% de Niño.
No trimestre de primavera, de setembro a novembro, a projeção indica probabilidades de 35% de Niña, 48% de neutralidade e 17% de Niño. No último trimestre do ano, de outubro a dezembro, as probabilidades são de 40% de La Niña, 43% de neutro e 17% de El Niño. No trimestre novembro de 2025 a janeiro de 2026, iguais 40% de La Niña, 43% de neutro e 17% de El Niño. E, finalmente, no trimestre de verão, probabilidades de 36% de Niña, 47% de neutro e 17% de Niño.
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