O centro do ciclone extratropical que trouxe um desastre para o Rio Grande do Sul entre quinta e a sexta-feira estava no final deste domingo a cerca de 3 mil quilômetros a Sudeste de Porto Alegre, sobre o Atlântico Sul, distanciando-se do continente.
Os efeitos do sistema, que provocou vento acima de 100 km/h e chuva com volumes extraordinários no Nordeste gaúcho, entretanto, ainda persistiam no estado neste domingo e vão seguir ao longo da semana. O que era esperado, aconteceu.
Os acumulados extremos de precipitação acabam em enchentes em municípios da Grande Porto Alegre cortados por rios com nascentes entre a Serra e o Litoral Norte, região onde mais choveu com registros de 300 mm a 400 mm, e em algumas cidades o pior ainda não aconteceu.
O Vale do Sinos enfrenta a maior enchente em uma década. No fim da tarde de hoje, a régua do Rio dos Sinos em Campo Bom começava a indicar uma estabilidade do nível com pico em 7,60 metros. Trata-se da maior marca desde a grande enchente de agosto de 2013, quando o nível do Sinos na cidade chegou a 7,86 metros.
Nesta segunda, o nível do Sinos começa a baixar em Campo Bom e Novo Hamburgo, mas em São Leopoldo ainda sobe antes de se estabilizar. Sobe mais em Sapucaia do Sul, Esteio e em Canoas, onde o pico da cheia ocorrerá entre terça e quinta-feira.
O Caí baixa em São Sebastião do Caí e Montenegro, mas segue muito alto em Nova Santa Rita. O Gravataí, por sua vez, tende a subir durante a semana em Gravataí e Cachoeirinha, com enchente, repercutindo em Alvorada com o represamento do Arroio Feijó.
Porto Alegre escapa de uma cheia maior do Guaíba porque não choveu excessivamente no principal contribuinte que é Rio Jacuí. Mesmo assim, o lago sobe com a vazão do Taquari, Caí, Sinos e Gravataí, embora não se preveja cenário crítico.
A chuva retorna no meio da semana ao Rio Grande do Sul, mas não será suficiente para provocar um repique das cheias, uma vez que os volumes projetados não são altos. O frio, por sua vez, aumenta nesta segunda cedo e deve perder força ao longo da semana com mínimas mais altas e tardes mais amenas no estado.