O furacão Oscar atingiu na noite deste domingo Cuba, onde os moradores se preparavam para mais caos e sofrimento, já que o país enfrenta uma quase total falta de energia elétrica, que já dura três dias. A tempestade traz vento intenso e muita chuva.
A chegada da tempestade Oscar, após o colapso da maior usina de energia de Cuba na sexta-feira, que paralisou toda a rede elétrica nacional, aumenta a pressão sobre um país que já luta contra a inflação altíssima e a escassez de alimentos, remédios, combustível e água. O governo de Cuba afirmou que a energia seria restabelecida para a maioria do país até a noite de segunda-feira.
O furacão de categoria 1 atingiu o leste de Cuba às 17h50, horário local (18h50 em Brasília) de domingo, informou o Centro Nacional de Furacões dos EUA. Oscar registrava ventos sustentados máximos de 130 km/h, de acordo com o NHC, e o furacão se movia para o Oeste a uma velocidade de 11 km/h.
O presidente Miguel Díaz-Canel disse no sábado que as autoridades no leste da ilha estavam “trabalhando duro para proteger o povo e os recursos econômicos, devido à chegada iminente do furacão Oscar.”
O Ministro de Energia e Mineração, Vicente de la O Levy, afirmou à imprensa no domingo que a eletricidade seria restaurada para a maioria dos cubanos até a noite de segunda-feira, acrescentando que “o último cliente poderá receber serviço até terça-feira.”
A rede elétrica falhou em uma reação em cadeia na sexta-feira, devido à paralisação inesperada da maior das oito antigas usinas a carvão da ilha, de acordo com o chefe de fornecimento de eletricidade do ministério de energia, Lazaro Guerra.
A empresa nacional de eletricidade UNE disse que conseguiu gerar uma quantidade mínima de eletricidade para reiniciar as usinas na noite de sexta-feira, mas, na manhã de sábado, estava enfrentando o que o noticiário oficial Cubadebate chamou de “uma nova desconexão total da rede elétrica.”
A maioria dos bairros de Havana permanece no escuro, exceto hotéis e hospitais com geradores de emergência e as poucas casas particulares com sistemas de backup. “Deus sabe quando a eletricidade vai voltar”, disse Rafael Carrillo, um mecânico de 41 anos, que teve que caminhar quase cinco quilômetros devido à falta de transporte público durante o apagão.
O apagão veio após semanas de cortes de energia, que duravam até 20 horas por dia em algumas províncias. Na quinta-feira, o primeiro-ministro Manuel Marrero declarou uma “emergência energética”, suspendendo serviços públicos não essenciais para priorizar o fornecimento de eletricidade às residências.
Cuba está no meio de sua pior crise econômica desde o colapso de seu principal aliado, a União Soviética, no início dos anos 1990 — marcada por uma inflação galopante e pela escassez de bens básicos. Mais de 700 mil cubanos entraram nos Estados Unidos entre janeiro de 2022 e agosto de 2024, segundo autoridades.
Para reforçar sua rede elétrica, Cuba alugou sete usinas flutuantes de empresas turcas e também acrescentou muitos pequenos geradores movidos a diesel. Em julho de 2021, apagões provocaram uma onda sem precedentes de manifestações públicas. Milhares de cubanos saíram às ruas gritando “Estamos com fome” e “Liberdade!”, em um raro desafio ao governo.
Uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas nos protestos. Segundo a organização mexicana de direitos humanos Justicia 11J, 600 pessoas detidas durante os distúrbios permanecem na prisão. Em 2022, a ilha também sofreu meses de cortes de energia diários e prolongados, culminando em um apagão nacional causado pelo furacão Ian.
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