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Uma aeronave de combate a incêndios Bombardier Dash 8-Q400MR da Segurança Civil lança retardante de fogo sobre um incêndio florestal perto de Gignac, no Sul da França, em 26 de julho, em verão seco com incêndios destruindo inúmeras florestas em toda a França | SYLVAIN THOMAS/AFP/METSUL METEOROLOGIA

O bombeiro detido na última quarta-feira na França acusado de provocar incêndios florestais no Sul do país confessou que começou o fogo em busca de “adrenalina”, informou a promotoria de Montpellier. O acusado, apelidado pela imprensa francesa de “bombeiro piromaníaco”, confessou que esteve por trás de incêndios em 26 de maio, 21 de julho e 26 de julho.

Em meados de julho, em plena onda de calor na França, dois incêndios no Sudoeste do país queimaram mais de 20.000 hectares de floresta. “Perguntado sobre as suas motivações, ele declarou que o fez para que a intervenção da brigada anti-incêndios o tirasse de um ambiente familiar opressor e pela excitação e adrenalina, em suas palavras”, explicou a promotoria.

O bombeiro voluntário, com 30 anos de idade e que não foi identificado pelas autoridades francesas, trabalha principalmente como guarda florestal, e a prevenção de incêndios é uma de suas funções. Sua advogada, Marie Bar, assinalou em entrevista para uma emissora de televisão que durante o interrogatório “ele manifestou bastante arrependimento e, acima de tudo, um forte sentimento de vergonha”.

“Ele se desculpou com os bombeiros com quem trabalha, que chama de sua grande família. É alguém com grande devoção pelo trabalho”, acrescentou a advogada. “De certa forma, sente-se aliviado com a prisão. Tem dificuldade em explicá-lo, vê isso como um vício”, afirma.

Se condenado, o bombeiro incendiário pode pegar até 15 anos de prisão e multa de 150.000 euros, segundo a promotoria. “É lamentável ter na organização indivíduos assim”, declarou à imprensa o ex-coronel de brigada Ludovic Pinganaud.

O Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que faz uma contabilização do fogo no continente, indicou que 2022 está sendo o pior ano em termos de incêndios na Europa com 319 incêndios e 193.247 hectares queimados desde janeiro, já superando o recorde de todo o ano de 2012, de 255 incêndios e 189.376 hectares afetados. O clima muito seco e o calor extremo contribuem para o verão europeu de muito fogo.