A primeira metade de novembro foi marcada no clima por um dos mais graves episódios de tempo severo na história recente do Brasil com um ciclone que se formou entre os dias 7 e 8 e que gerou uma onda de tempestades que trouxe tornados em Santa Catarina e no Paraná. A cidade paranaense de Rio Bonito do Iguaçu foi devastada por um tornado com vento estimado em 300 km/h.

Tornado que devastou a cidade paranaense de Rio Bonito do Iguaçu marcou a primeira quinzena de novembro | DANIEL CASTELLANO/AFP/METSUL
Episódios de tempo severo têm sido favorecidos neste mês por incursões tardias de ar frio com frentes frias, sob um ambiente mais propício para este tipo de condição que é proporcionado pela La Niña no Pacífico e a Oscilação Antártica em fase negativa, cenário que vai favorecer novos episódios de tempo severo ainda neste mês.
Novembro é o último da primavera meteorológica, o trimestre de setembro a novembro, assim já estão presentes alguma características de verão. Notadamente, há aumento da chuva no Brasil Central e uma elevação da temperatura no Sul do país à medida que se aproxima a estação quente do ano.
No Sul do Brasil, por sua vez, novembro é o mês mais quente do trimestre de primavera. As temperaturas no Sul costumam, na média histórica, serem muito mais elevadas que no início da estação, em setembro, quando as características ainda são parecidas com as do inverno meteorológico.
Na primeira metade do mês, a temperatura esteve perto ou pouco abaixo da média na Região Sul e áreas perto da costa no Sudeste. No Centro-Oeste, a temperatura se situou pouco acima da média. Já a chuva foi muito variável com pontos de precipitação abaixo e acima da média dentro do mesmo estado. Onde a chuva ficou mais acima do normal foi em pontos da Metade Norte gaúcha, de várias regiões do Paraná e em setores do Sul do Mato Grosso do Sul e interior de São Paulo.
Em Porto Alegre, novembro tem média de temperatura mínima pela série 1991-2020 de 17,2ºC, a quarta mais alta do ano, apenas atrás de janeiro, fevereiro, março e dezembro. Já a média máxima é de 27,7ºC, a quarta mais alta entre todos os meses do calendário na capital gaúcha.
A média histórica de precipitação em Porto Alegre no mês de novembro, de acordo com a série 1991-2020, é de 105,5 mm, muito inferior às médias de setembro (147,8 mm) e de outubro (153,2 mm). É a segunda menor média mensal de precipitação, somente atrás de março (103,3 mm).
Na cidade de São Paulo, considerando os dados da estação de Mirante de Santana e a série histórica 1991-2020, a temperatura mínima média de novembro é de 17,3ºC ao passo que a média máxima mensal é de 26,9ºC.
Já a precipitação média histórica de novembro na estação da capital paulista é de 143,9 mm, muito acima da mínima anual que é a de agosto de 32,3 mm, mas muito abaixo da maior do calendário climatológico que é de 292,1 mm no mês de janeiro.
Chuva na segunda quinzena de novembro
A segunda metade do mês deve ter chuva volumosa em pontos de vários estados com os maiores acumulados a instabilidade mais frequente ocorrendo numa faixa entre a região amazônica, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e o Sul da Bahia.

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No Sudeste, Minas Gerais em particular deve ter clima mais úmido com os maiores volumes de chuva durante esta segunda quinze de novembro e possibilidade de acumulados localmente muito altos. Em São Paulo, haverá maior variabilidade de volumes, embora pontos localizados possam ter volumes altos.
No Sul do Brasil, a tendência é que Santa Catarina e o Paraná registrem chuva com mais elevados volumes enquanto no Rio Grande do Sul deve chover menos com precipitação abaixo da média em muitas cidades, possivelmente já um reflexo na precipitação das condições de La Niña no Pacífico.
Clima primaveril persiste na temperatura mais ao Sul
O Centro do Brasil, principalmente o Centro-Oeste, deve seguir com temperaturas mais altas do que a média. No Sudeste, marcas perto ou abaixo da climatologia histórica em cidades próximas da costa enquanto mais para o interior a tendência é de temperatura entre perto e acima da média.

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No Sul, o Paraná tem uma maior tendência no clima para temperaturas acima da média, exceto o litoral. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a probabilidade maior é de temperatura próxima da média com alguns pontos apresentando pequenos desvios negativos da climatologia.
Deve persistir mais ao Sul do Brasil o padrão observado na primeira metade do mês de muitos dias de temperatura agradável ou calor moderado com menos jornadas de forte a intenso calor que habitual, embora sejam previstas, como é o caso deste fim de semana.
