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Maio vai transcorrer com o Oceano Pacífico Equatorial em condições de neutralidade, também conhecida informalmente como La Nada, sem a presença dos fenômenos El Niño e La Niña.

NOAA

De acordo com o último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, a anomalia de temperatura da superfície do mar era de +0,00ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central.

Esta é a região do Pacífico usada oficialmente para definir se há El Niño ou La Niña na forma clássica e com impacto global no clima. O valor atual corresponde à neutralidade absoluta.

Por outro lado, a região Niño 1+2, perto das costas do Equador e do Peru, estava com anomalia de -0,3ºC depois de semanas de um El Niño Costeiro que chegou ao fim muito abruptamente na segunda quinzena de abril.

A última vez em que esta parte do Pacífico, junto à América do Sul, esteve com anomalia de temperatura da superfície do mar negativa foi na semana de 29 de janeiro, mostram dados semanais da NOAA.

Os dados de temperatura do mar em profundidade, abaixo da superfície, não mostram nenhuma grande “piscina” subsuperficial de águas mais frias ou mais quentes do que a média, o que sugere não apenas a continuidade da La Nada ou neutralidade agora em maio, mas também nos próximos meses.

A última vez em que o Pacifico Equatorial Centro-Leste (região Niño 3.4) apresentou anomalias de temperatura da superfície do mar parecidas com as atuais nesta época do ano foi em 2020.

La Nada não é normalidade no clima

A tendência para o restante do outono é que as condições permaneçam neutras, embora em parte da estação com anomalias positivas de temperatura da superfície do mar sem que seja caracterizado um evento clássico de El Niño e em outra parte com anomalias negativas, sem que seja caracterizado um evento de La Niña.

Neutralidade é frequentemente confundida com normalidade, mas pode trazer tanto extremos de El Niño como de La Niña. Assim, tanto na precipitação como na temperatura os sinais podem ser mistos no decorrer da estação. Logo, episódio pontuais de chuva intensa e com risco de cheias de rios podem ocorrer mesmo sob neutralidade.

No caso de 2025,  até o momento, o sinal de precipitação para a maior parte do Sul do Brasil neste outono tem características mais de La Niña com chuva abaixo da média enquanto na temperatura o sinal é mais de El Niño com frequência de frio abaixo do habitual.

Sem El Niño ou La Niña até o fim do outono

Conforme a mais recente atualização mensal da NOAA, publicada poucos dias atrás, para o trimestre abril a junho de 2025, os valores informados de probabilidade foram 7% de La Niña, 91% de neutralidade e 2% de El Niño.

NWS/NOAA

No trimestre de maio a julho, 11% de Niña, 81% de neutralidade e 6% de Niño. Já no trimestre de junho a agosto, o de inverno, 19% de probabilidade de Niña, 68% de neutralidade e 13% de Niño.

Por sua vez, no trimestre de julho a setembro, 26% de probabilidade de Niña, 59% de neutralidade e 15% de Niño. No trimestre de agosto a outubro, 31% de La Niña, 52% de neutro e 17% de El Niño.

No trimestre de primavera, de setembro a novembro, a NOAA projeta hoje probabilidades de 34% de Niña, 48% de neutralidade e 18% de Niño. Finalmente, no último trimestre do ano, de outubro a dezembro, as probabilidades são de 37% de La Niña, 45% de neutro e 18% de El Niño.

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