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Josué Damacena/Fiocruz

Centro de Biotecnologia da UFRGS (CBiot) formou uma rede de colaboradores, envolvendo o Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS/UFRGS) e as empresas Amplicon e QuatroG, para montar um teste molecular RT-PCR, utilizado para detecção do novo coronavírus, com insumos produzidos localmente.

O teste funcionou para o controle positivo do vírus, e os pesquisadores estão avaliando sensibilidade e especificidade para poder validá-lo. Esta alternativa poderá ser necessária caso a demanda aumente em todo o mundo e laboratórios enfrentem a escassez de insumos devido à dependência de importação e à dificuldade de acesso aos kits formais que estão no mercado.

Para a realização do teste, o CBiot está envolvido na produção de um dos insumos necessários, a transcriptase reversa, enzima que está mais em falta no mercado e que é utilizada na primeira etapa do processo: a transformação do RNA do vírus em DNA complementar.

O insumo em produção na UFRGS está nas análises finais e poderá ser utilizado em testes moleculares ainda nesta semana. Com a opção alternativa, novos testes poderão ser realizados caso os kits oficiais oferecidos pelos governos cheguem a faltar. E a produção da enzima pode ser ampliada gradualmente.


O diretor do CBiot, Guido Lenz, enfatiza a importância do apoio à ciência nacional, pois, segundo ele, uma situação crítica como a da pandemia da Covid-19 pode ser comparada à necessidade de um período de guerra. “Em um momento de ‘guerra’, é preciso produzir seus próprios armamentos”, compara. Desse modo, Lenz destaca o funcionamento de um centro de biotecnologia ‒ como o CBiot ‒ e o investimento contínuo em ciência como ações essenciais para um momento crítico como o que estamos vivendo atualmente.

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