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A MetSul Meteorologia adverte para a formação de um ciclone extratropical com risco de tempestades severas nas latitudes médias da América do Sul e ainda vento forte a muito forte que pode soprar durante o processo de formação e na fase de maturidade do sistema meteorológico.

Ciclone vai começar a se formar sobre o continente | METSUL

O processo de grande mudança do tempo começa a partir de uma baixa pressão em altitude que está neste domingo ainda sobre o Oceano Pacífico, uma baixa segregada ou fria, que nos países hispânicos é conhecida como DANA (depressão isolada em níveis altos ou gota fria).

Esta baixa segregada vai avançar a partir do Pacifico para o Chile e cruzar a Cordilheira dos Andes durante o final da segunda-feira (18), trazendo chuva, vento e neve no Centro chileno.

Então, a DANA vai avançar depois no sentido Leste até alcançar rapidamente províncias do Norte e do Nordeste da Argentina ao longo da terça-feira.

No final da terça (19), a baixa em médios e altos níveis da atmosfera já vai estar sobre o Oeste do Rio Grande do Sul e durante a quarta (20) estará entre o território gaúcho e o Uruguai, antes de deslocar para Sul-Sudeste no Oceano Atlântico.

Baixa segregada que se forma no Pacifico vai cruzar a América do Sul e formar um ciclone no Atlântico | METSUL

Esta depressão atmosférica em médios e altos níveis da atmosfera vai entrar em fase com um centro de baixa pressão em superfície, o que vai dar início a uma ciclogênese, a formação de um ciclone.

Com isso, o processo de formação do ciclone (ciclogênese) vai ter início ainda sobre o continente, na terça-feira (19), com a baixa pressão centrada entre a Argentina e o Oeste do Uruguai.

Após, o centro do ciclone extratropical vai estar entre o Rio da Prata e a província de Buenos Aires na quarta-feira (20), antes de avançar para o Oceano Atlântico, onde estará na quinta-feira (21).

Mudança do tempo começa a partir desta segunda-feira

O tempo começa a mudar já nesta segunda-feira (18). Embora o sol apareça com nuvens no Rio Grande do Sul, a nebulosidade vai aumentar no estado e da tarde para a noite o tempo se instabiliza com chuva e trovoadas em vários pontos do Oeste, Centro, Norte e o Noroeste gaúcho.

Na terça-feira (19), entre a madrugada e de manhã, a instabilidade atinge vários locais do estado e pode alcançar pontos do Sul e do Leste gaúcho enquanto nuvens muito carregadas devem se formar sobre o Oeste e o Nordeste da Argentina.

O período de maior risco de instabilidade forte começa da tarde para a noite da terça (19). Uma corrente de jato em baixos níveis vai trazer vento Norte com ar quente e tempo abafado para o Noroeste, o Norte, o Nordeste e o Leste gaúcho.

Uma linha de instabilidade associada à formação do ciclone, então, vai se organizar e avançar da tarde para a noite da terça (19) e na madrugada de quarta (20), avançando de Oeste para Leste no Rio Grande do Sul.

Esta linha de instabilidade pré-frontal vai se deslocar ainda durante a segunda metade da terça (19) e entre a madrugada e a manhã da quarta-feira (20) pelo Nordeste da Argentina, o Paraguai, Santa Catarina e parte do Paraná, alcançando o Mato Grosso do Sul e podendo gerar instabilidade isolada no Mato Grosso e mais a a Oeste do estado de São Paulo.

Risco de tempestades severas

É alto o risco de tempo severa durante a formação do ciclone extratropical nas latitudes média da America do Sul. Temporais, alguns fortes a severos, podem ocorrer no Uruguai, Argentina, Paraguai, Sul do Brasil e no Mato Grosso do Sul.

Os temporais podem provocar chuva forte a intensa, na maioria dos pontos com curta duração, e ainda vendavais e queda localizada de granizo. Avisamos que alguns vendavais localizados têm potencial para rajadas perto e acima de 100 km/h. Há risco de desenvolvimento de supercélulas isoladas de tempestade com potencial de fenômenos severos isolados de vento.

O período de maior risco de temporais será entre a tarde e a noite da terça-feira (19) e o começo da quarta (20), quando uma linha de instabilidade associada à formação de uma frente fria derivada do ciclone avançar de Oeste para Leste. Os mapas a seguir mostram a projeção de chuva e pressão atmosférica para este período, conforme dados do modelo do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF).

METSUL

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Uma vez que haverá uma corrente de jato em baixos níveis com ar quente interagindo com a baixa fria em altitude sob um ambiente de acentuada vorticidade na atmosfera, há risco de formação de tornados na ciclogênese.

Consideramos que as áreas de maior risco de tempo severo são o Nordeste da Argentina, Centro-Sul do Paraguai, Noroeste do Rio Grande do Sul e o Oeste de Santa Catarina, apesar de tempo severo ser possível em outras áreas.

Vento forte antes e durante a formação do ciclone

O Rio Grande do Sul deve ser afetado por vento forte a muito forte, mas não se projeta que seja tão intenso na maioria dos locais quanto no ciclone do dia 28 de julho. Isso porque o sistema do fim de julho se formou na costa gaúcha enquanto este ciclone vai estar sobre o oceano na altura de Buenos Aires.

Haverá duas situações de vento distintas relacionadas ao ciclone e sua formação, além de vendavais isolados por tempestades. Na primeira, durante a terça-feira (19) podem ocorrer fortes rajadas de vento do quadrante Norte, por conta de uma corrente de jato em baixos níveis, em distintas regiões do Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e o Oeste do Paraná. As rajadas devem ficar, em média, entre 50 km/ e 70 km/h, mas isoladamente superiores por topografia.

Vento máximo projetado pelo modelo WRF-ECMWF até 21h de terça | METSUL

a segunda situação de vento será consequência direta do ciclone. A quarta-feira vai ser um dia bastante ventoso no Rio Grande do Sul com rajadas de 50 km/h a 70 km/h na maioria das regiões gaúchas, mas que podem ser superiores com 70 km/h a 90 km/h de forma localizada.

Sobre o litoral e a Lagoa dos Patos o vento deve ser mais forte. As rajadas no final da terça (19) e durante a quarta-feira (20), especialmente até o começo da tarde, devem ficar entre 70 km/h e 90 km/h em vários pontos da faixa costeira, mas isoladamente podem ocorrer rajadas próximas e ao redor de 100 km/h.

São velocidades de vento com potencial de derrubar árvores, sobretudo com solo saturado pela chuva, causar destelhamentos, colapso de estruturas, derrubar postes e gerar e cortes de energia, embora com menor número de clientes afetados que no ciclone do fim de julho que chegou a ter 400 mil desligamentos simultâneos na área da CEEE Equatorial.

Outra diferença é que, ao contrário do ciclone do fim de julho em que o vento muito forte se concentrou no Sul e no Leste do estado, concentrando os impactos na área de concessão da CEEE Equatorial, desta vez podem ocorrer rajadas de vento muito fortes no interior, afetando as operações da RGE.

O vento deve gradualmente começar a diminuir com rajadas mais esporádicas da tarde para a noite da quarta-feira (20). Na quinta-feira (21), o ciclone extratropical tende a se afastar rapidamente, logo a perspectiva é de vento mais fraco e sem riscos.

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