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Ciclone se formou nas últimas horas na costa da Região Sudeste e está neste momento sobre o Oceano Atlântico. O sistema não é muito profundo e se originou a partir de um centro de baixa pressão que provocou chuva excessiva ontem no Nordeste catarinense e no litoral paulista.

METSUL

Neste momento inicial, o sistema apresenta tímidas características subtropicais, mas deve evoluir rapidamente para uma condição extratropical, o que torna improvável seja o ciclone nomeado pela Marinha do Brasil.

Como era esperado, o maior impacto deste sistema em terra se daria pela baixa pressão que levaria a sua formação com chuva volumosa no Nordeste de Santa Catarina e no litoral de São Paulo, para onde os modelos numéricos em alta resolução da MetSul indicavam muita chuva com marcas de 100 mm a 200 mm e pontualmente superiores.

Foi efeito do intenso fluxo de umidade do oceano para terra que gerou chuva orográfica na Serra do Mar e áreas próximas. Em poucas horas, acumulados passaram dos 200 mm em alguns pontos, causando alagamentos, transbordamentos e bloqueios de vias.

Em Santa Catarina, o município de Luiz Alves registrou o cenário mais crítico, com bairros completamente alagados, casas tomadas pela água até os telhados e plantações destruídas. A enxurrada isolou moradores, levou ao fechamento de unidades de saúde, suspendeu aulas e obrigou a abertura de abrigo para possíveis desabrigados.

O Corpo de Bombeiros Militar atuou intensamente durante todo a segunda-feira, com resgates, remoções e atendimentos a pessoas ilhadas. Reforços foram enviados de Itajaí e de batalhões vizinhos, além do apoio aéreo do Arcanjo para reconhecimento e transporte de equipes a áreas isoladas.

No litoral de São Paulo, a chuva extrema também causou transtornos, especialmente na Baixada Santista. Houve alagamentos, quedas de árvores, ruas bloqueadas e suspensão de aulas em escolas de São Vicente. Em Peruíbe, a água invadiu casas e provocou prejuízos em vários bairros.

Para onde vai o ciclone?

O mapa abaixo mostra a trajetória projetada para o ciclone pela MetSul Meteorologia. A tendência indica que o sistema entre hoje e amanhã ainda permaneça na costa da Região Sudeste, mas não deve se aprofundar muito e tampouco terá grande intensidade.

METSUL

A previsão indica que na segunda metade da semana o ciclone deve se afastar mais do continente com atuação a uma grande distância da costa, o que vai fazer com que avance ar mais seco pelo continente com redução da instabilidade em parte do Centro do país.

Esse ciclone ainda oferece risco?

Como desde o início a MetSul destacou, esse sistema não seria um grande produtor de vento em terra. O campo de vento mais forte do ciclone vai permanecer em mar aberto e não alcançará terra. A preocupação era a ocorrência de chuva volumosa, sobretudo no Nordeste catarinense e na costa paulista, o que se confirmou.

Agora, o ramo frontal associado ao ciclone vai levar a instabilidade mais para o Norte. Pancadas de chuva ainda atingem o litoral de São Paulo e o Rio de Janeiro, entretanto a instabilidade mais forte da tarde para a noite de hoje ocorre no Espírito Santo, entre o Centro e o Norte de Minas Gerais e em áreas próximas de Minas no estado da Bahia e no Sul baiano. Nestas áreas, pode ocorrer chuva localmente forte e temporais isolados.

Amanhã, chuva isoladamente forte ainda pode atingir o Norte de Minas Gerais, mas os riscos maiores pelo ramo frontal do ciclone começam a se transferir para o Nordeste. A chuva pode ser volumosa e localmente excessiva no Sul da Bahia entre esta quarta e a quinta-feira com marcas isoladas superiores a 100 mm.

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