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Uma ciclogênese vai ocorrer neste fim de semana entre o Oeste e o Centro da Argentina e, pelo contraste de pressão atmosférica com um grande centro de alta pressão sobre o Oceano Atlântico, vai provocar muito vento no Rio Grande do Sul no começo da semana.

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A nossa análise na MetSul Meteorologia indica que uma baixa fria ou segregada, um vórtice ciclônico em médios e altos níveis da atmosfera, vai dar origem à ciclogênese sobre o território argentino.

A área de baixa pressão em altitude com ar frio vai avançar do Oceano Pacifico para o Chile, cruzando na sequência os Andes em direção ao território argentino. A baixa pressão em altitude, então, formará o ciclone entre hoje e amanhã no Oeste da Argentina (região chamada de Cuyo) e o Centro do país.

Na segunda, o ciclone se move para Sudeste e afeta a província de Buenos Aires, antes de avançar para o Atlântico na terça. O sistema, entretanto, não conseguirá ganhar força, como normalmente ocorre ao chegar no Atlântico, por conta de um enorme centro de alta pressão em sua dianteira com mais de 1042 hPa.

O impacto deste sistema deve se dar muito maior em vento do que chuva. O tempo se instabiliza com chuva em pontos da Metade Oeste amanhã. No restante do estado, o tempo segue firme. Na segunda, parte do dia ainda tem chuva em locais do Oeste e a instabilidade avança para o Sul, atingindo ainda de forma isolada outras áreas.

O efeito maior será vento, mas antecipamos que não são esperadas rajadas tão intensas como no ciclone no fim de julho e o registrado dias atrás. Fator determinante para o vento será o contraste de pressão entre o potente centro de alta pressão no Atlântico e a baixa pressão na Argentina.

O vento se intensifica em diversas regiões gaúchas neste domingo com uma corrente de jato em baixos níveis que será organizada pela ciclogênese na Argentina. Esta corrente de vento, com ar quente, vai avançar para o Rio Grande do Sul.

Projeção de vento máximo do modelo WRF-GFS | METSUL

Projeção de vento máximo do modelo WRF-EURO | METSUL

Como consequência, o domingo será ventoso em várias regiões do estado, sobretudo no Oeste e no litoral. Rajadas, em média, de 40 km/h a 70 km/h, mas em alguns pontos ao redor d 80 km/h ou pouco mais.

Na segunda-feira, o vento persiste com rajadas em média de 40 km/h a 70 km/h, e que atingem 80 km/h ou mais em algumas localidades, especialmente do litoral, área da Lagoa dos Patos e entorno, e a Serra. Na terça, setores da costa ainda devem ter tempo ventoso com rajadas de 50 km/h a 70 km/h.

Em Porto Alegre, o vento será  mais sentido no final da tarde e noite deste domingo e no decorrer da segunda-feira com possibilidade de rajadas de 40 km/h a 60 km/h, mas que pode se aproximar ou atingir 70 m/h em alguns pontos por efeito de topografia da cidade (prédios e relevo), como às margens do Guaíba e sobre os morros da capital.

Como não se trata de um ciclone intenso e o vento decorrerá muito mais do contraste de pressão entre continente e oceano, não se antecipa transtornos tão significativos como nos últimos dois ciclones que afetaram o tempo no Rio Grande do Sul nos últimos 30 dias.

Com isso, o risco de danos estruturais por vento é baixo. Podem e devem ocorrer cortes de luz localizados em diferentes localidades, mas sem previsão de um grande impacto na rede do setor elétrico e um número não muito alto de clientes sem luz.

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