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O ciclone sobre o Rio Grande do Sul provocou chuva excessiva a extrema hoje no estado, assim como era alertado pela MetSul Meteorologia, o que trouxe alagamentos, enxurradas e inundações repentinas.

Chuva em Osório pelo ciclone

Parte de Osório inundou com a chuva extrema | REPRODUÇÃO

Uma das regiões mais castigadas foi o Litoral Norte. A chuva torrencial da tarde desta terça-feira provocou alagamentos significativos em Osório. Ruas viraram rios e a água invadiu imóveis e trouxe transtornos para moradores e comerciantes em diferentes pontos da cidade.

Bairros como Centro, Porto Lacustre, Albatroz, Sulbrasileiro e Farroupilha registraram inundação repentina. Um dos locais mais atingidos foi a Avenida Brasil, no Porto Lacustre, onde a água avançou sobre estabelecimentos comerciais e deixou ao menos um veículo submerso. A região fica próxima ao Arroio Vicente, que apresentou elevação repentina do nível.

Moradores relataram que o episódio desta terça-feira está entre os mais intensos alagamentos vividos na cidade até hoje. Desde a manhã já havia registro de chuva frequente, mas o cenário se agravou à tarde, quando novas áreas de instabilidade avançaram pelo Litoral Norte, potencializadas pelo ciclone e o aquecimento diurno.

Com ruas rapidamente tomadas pela água, a Prefeitura de Osório mobilizou equipes da Secretaria de Obras para bloquear acessos e garantir segurança em pontos críticos. Técnicos passaram a monitorar trechos próximos ao Arroio Vicente e a realizar um levantamento dos danos.

Segundo o município, o nível da água subiu com rapidez incomum, atingindo áreas que nunca haviam sido afetadas anteriormente. A combinação de chuva volumosa desde cedo e o reforço das precipitações entre o fim da tarde e o início da noite pressionou a drenagem urbana e causou extravasamentos em diferentes regiões.

Imagens registradas por moradores mostram a água invadindo comércios, especialmente restaurantes, e avançando em direção a residências. A situação foi mais crítica nas proximidades da lagoa do Marcelino, onde parte da inundação já alcançava a rua 15 de Novembro, endereço da Delegacia de Polícia Civil.

No Porto Lacustre, comerciantes relataram perdas materiais após a água ingressar pelos acessos principais dos prédios. Equipes municipais seguiram atuando durante a noite para isolar áreas comprometidas e reforçar a sinalização em trechos onde veículos ficaram ilhados.

A prefeitura orienta que moradores evitem trafegar por ruas alagadas e mantenham atenção ao avanço do nível do Arroio Vicente, que segue sendo monitorado. A expectativa é de que, com a redução gradual da chuva, a água escoe ao longo da madrugada, permitindo o início da limpeza e do atendimento aos atingidos na quarta-feira.

A chuva intensa causou muitos alagamentos também em diversos balneários na orla. Ruas foram tomadas pelas águas em praias como Tramandaí, Capão da Canoa e Torres durante a tarde.

Inundações também no Sul do estado pelo ciclone

Chuva excessiva também atingiu Camaquã, no Sul do estado, com inundações e alagamentos em diferentes bairros. Os primeiros relatos de alagamentos começaram no bairro Maria da Graça, especialmente na rua Antônio Tavares. Moradores afirmam que a água entrou pelas garagens e até pelo ralo dos banheiros devido ao rápido acúmulo na rede pluvial.

Com a chuva persistente, a Sanga do Passinho voltou a transbordar, ampliando os pontos de alagamento no entorno. A força da água deixou vias intransitáveis e avançou sobre áreas baixas do bairro Getúlio Vargas.

Quanto choveu

Os volumes em 24 horas até o fim da tarde eram de 187 mm em Venâncio Aires, 183 mm em Encruzilhada do Sul, 165 mm em Tio Hugo, 158 mm em São Sepé, 148 mm em Cristal, 146 mm em Santa Cruz do Sul, 143 mm em Camaquã, 136 mm em Canguçu, 130 mm em Tupanciretã, 128 mm em Espumoso, 126 mm em Fontoura Xavier, e 120 mm em Dom Feliciano e Piratini, dentre as muitas cidades que somaram mais de 100 mm. No Litoral Norte, choveu 81 mm em Capão da Canoa, 79 mm em Osório e  60 mm em Tramandaí.

Ainda pode ter chuva forte isolada pelo ciclone

Ciclone intenso atua rente à costa entre Mostardas e Tramandaí no começo da quarta e vai se afastar lentamente. Pressão excepcionalmente baixa de 990 hPa a 995 hPa em algumas cidades, como Porto Alegre que pode ter uma das menores pressões atmosférica de sua história. Muitas nuvens e ainda chove em várias regiões, localmente forte na Metade Leste. Não se afasta granizo isolado. Aberturas de sol ocorrem em vários pontos.

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