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Cinco turistas estrangeiros morreram após serem surpreendidos por uma tempestade violenta no Parque Nacional Torres del Paine, na Patagônia chilena. O grupo foi atingido por neve intensa, baixa visibilidade e ventos que chegaram a quase 200 km/h durante o ciclone extratropical que atingiu o Sul do continente na segunda-feira  (17).

MIKE TITTEL/CONNECT IMAGES/AFP/METSUL

As autoridades da região de Magallanes confirmaram que as vítimas são um homem e uma mulher do México, um homem e uma mulher da Alemanha e uma mulher britânica. Todos faziam parte de um grupo que havia sido reportado como desaparecido na segunda-feira.

Outros quatro excursionistas foram encontrados com vida, o que permitiu encerrar o operativo inicial de buscas. As equipes atuaram em condições meteorológicas excepcionalmente severas.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, lamentou as mortes e enviou condolências às famílias das vítimas. Ele afirmou que o governo presta apoio total às operações de resgate e aos processos de repatriação dos corpos.

A tempestade atingiu a área do campamento Los Perros, um dos trechos mais isolados do parque. É uma região de difícil acesso, alcançada apenas por meio de uma caminhada de quatro a cinco horas a partir do último ponto possível para veículos.

As rajadas acima de 190 km/h e a nevasca repentina dificultaram o avanço dos excursionistas e também representaram um desafio para os resgatistas. A retirada dos corpos deve ser feita por via aérea, mas depende da melhora no tempo para permitir o voo de helicópteros da Força Aérea chilena.

Cerca de 24 profissionais participaram das buscas, entre equipes de alta montanha, carabineiros, um cão treinado e o uso de drones.

O parque, localizado entre a Cordilheira dos Andes e a estepe Patagônica, é um dos destinos mais famosos do Chile. Na temporada 2024–2025, recebeu cerca de 380 mil visitantes, muitos deles estrangeiros atraídos por trilhas, lagos, glaciares e montanhas emblemáticas.

O grupo atingido pelo temporal percorria o Circuito O, também conhecido como “volta completa”. É a trilha mais longa e exigente de Torres del Paine, com mais de 100 quilômetros e duração de oito a dez dias.

O percurso atravessa áreas remotas, com pouca conectividade e campamentos distantes uns dos outros. Os caminhantes ficam expostos a mudanças bruscas de tempo, ventos fortes e neve fora de temporada.

Um dos pontos mais difíceis do circuito é o Paso John Gardner, onde parte dos turistas ficou bloqueada. A subida é feita por uma moraina glacial até 1.241 metros de altitude. A descida ocorre por encostas íngremes, e o trecho costuma ser fechado quando há risco meteorológico.

O passo tem cerca de 15 quilômetros e pode exigir até 11 horas de caminhada. Ventos intensos, baixa visibilidade e neve súbita são comuns mesmo na temporada de verão. Por isso, autoridades e guias recomendam que apenas pessoas com preparo físico adequado e experiência em trekking avançado tentem o Circuito O.

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