O processo de formação hoje e a posterior atuação de um ciclone extratropical amanhã serão responsáveis por chuva muito volumosa a excessiva em parte do Sul do Brasil nesta quinta e na sexta-feira, como tem alertado a MetSul Meteorologia. Os volumes já são altos em algumas localidades e tendem a aumentar ainda mais.
A chuva apenas da soma de hoje e amanhã em algumas cidades do Sul do Brasil deverá atingir ou superar a média histórica de precipitação de novembro inteiro com marcas de 150 mm a 200 mm, localmente até superiores, o que agrava o risco de transtornos para a população.
Os volumes de chuva já são altos em algumas cidades. Os acumulados de chuva no Rio Grande do Sul em 24 horas até o final da manhã desta quinta-feira nas estações oficiais atingiram 67 mm em Horizontina, 61 mm em Santo Augusto, 58 mm em Erechim, 45 mm em Redentora e Frederico Westphalen, e 43 mm em Passo Fundo e Palmeira das Missões.
Choveu muito ainda em cidades do Oeste e do Meio-Oeste de Santa Catarina. Dados indicam que em 24 horas até o final da manhã desta quinta-feira os acumulados foram de 86 mm em Concórdia, 82 mm em Maravilha, 78 mm em Joaçaba, 67 mm em Chapecó e Abelardo Luz, 59 mm em Videira, e 56 mm em Caçador.
Só que estes volumes de chuva estão longe do definitivo. A tendência é ainda de muita chuva entre hoje e amanhã à medida que uma frente fria associada ao ciclone nas costas gaúcha e uruguaia avança com chuva forte a intensa e temporais pelo Sul do Brasil, o que pode trazer mais de 100 mm em algumas cidades.
Os mapas abaixo mostram as projeções de chuva acumulada em 72 horas pelos modelos WRF inicializados pelos modelos norte-americano GFS e europeu ECMWF para o Sul do Brasil a partir de dados da rodada da 0Z desta quinta-feira.
Já o mapa abaixo mostra a projeção de chuva para 72 horas no Sul do Brasil, conforme os dados do modelo meteorológico alemão Icon em sua rodada da 0Z desta quinta-feira, e que tem cenário de precipitação muito semelhante ao do modelo WRF.
Como se observa, a área de maior risco de chuva volumosa a excessiva se concentra entre o Noroeste e o Norte do Rio Grande do Sul, parte de Santa Catarina (mais o Oeste e o Meio-Oeste) e algumas áreas do Paraná, como o Sul e o Sudoeste do estado. Nestas regiões, vários municípios podem ter acumulados de 100 mm a 200 mm, mas isoladamente superiores neste evento de instabilidade.
A chuva excessiva poderá levar a alagamentos, inundações repentinas, deslizamentos de terra e quedas de barreiras nestas áreas onde os acumulados tendem a ser mais altos. A maior preocupação, porém, é com níveis de rios. Os volumes serão altos na bacia do Rio Uruguai e ainda em outras que cortam o Oeste catarinense e o Sudoeste paranaense que estão com os níveis altos e tiveram cheias nos últimos dias.
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