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Um ciclone que se formou entre o final da quarta-feira e o começo do dia de hoje com chuva localmente intensa e vento muito forte agravou a situação dos problemas trazidos pela instabilidade que afeta o estado desde sábado com cheias de rios e centenas de pessoas fora de casa em municípios da Fronteira Oeste e do Centro do Estado.

LETICIA PASUCH/CORREIO DO POVO

Em Porto Alegre, o vento forte da madrugada de hoje causou transtornos. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) registrou pelo menos 30 ocorrências de queda de galhos de grande porte e árvores.

Nenhuma via ficou obstruída, segundo a prefeitura. Um dos casos mais significativos ocorreu na Praça da Alfândega, na rua dos Andradas, onde uma árvore de grande porte caiu e já está sendo cortada e removida pelas equipes de limpeza urbana.

O transporte público também foi impactado. A Trensurb ficou fora de operação por duas horas nas primeiras horas da manhã devido a um alagamento nos trilhos. O serviço operava apenas entre as estações Farrapos e Novo Hamburgo até a situação ser normalizada.

No interior do estado, pela chuva dos últimos dias, a situação é mais crítica em Alegrete, na Fronteira Oeste. O nível do rio Ibirapuitã atingiu 12,05 metros, ultrapassando em 3,55 metros a cota de inundação. Segundo a Defesa Civil municipal, mais de 490 pessoas estão fora de suas casas.

Ao menos 180 pessoas estão desabrigadas e abrigadas em estruturas como o ginásio do Instituto Estadual de Educação Oswaldo Aranha, escolas da rede municipal e espaços cedidos por organizações civis. Outras 310 pessoas estão desalojadas, tendo buscado abrigo com parentes ou amigos.

Em Quaraí, também na Fronteira Oeste, 21 pessoas estão desabrigadas e nove desalojadas. Moradores da zona rural enfrentam dificuldades de acesso, com interrupção no transporte escolar e nos atendimentos de saúde.

Santa Cruz do Sul, no Centro do Estado, registrou um deslizamento que atingiu duas residências e deixou três pessoas desalojadas.

Ao todo, conforme boletim da Defesa Civil estadual, ao menos 18 municípios foram afetados nos últimos dias. Além de Alegrete, Quaraí e Santa Cruz do Sul, também constam na lista cidades como Santa Maria, São Borja, Estrela, Arroio do Meio, Encantado, Sobradinho, Uruguaiana, entre outras.

Como efeito do ciclone, a madrugada desta quinta-feira foi de muito vento no Leste do estado, especialmente na Lagoa dos Patos e seu entorno, Porto Alegre, parte da região metropolitana (mais ao Sul) e ainda o Litoral Norte.

Em Porto Alegre, no final da madrugada, as rajadas oscilavam ao redor dos 60 km/h no Aeroporto Salgado Filho. A maior rajada de vento foi de 72 km/h em estação particular no Sul da cidade, pico observado às 2h30. As duas estações do Instituto Nacional de Meteorologia na capital, no Jardim Botânico e em Belém Novo, estavam com o sensor de vento inoperante.

No Litoral Norte, a madrugada foi de muito vento com rajadas por vezes muito fortes de 70 km/h a 80 km/h, o que provocou falta de luz localizada em diferentes municípios da região.

O Litoral Norte possui, historicamente, uma péssima cobertura de estações com dados de vento e hoje as estações do Instituto Nacional de Meteorologia em Mostardas e em Torres estavam sem informações de vento. A estação de Tramandaí, cujo sensor de vento está operacional, marcou rajada de 74 km/h entre 3h e 4h da manhã.

Conforme previsto pela MetSul, o período mais crítico de vento nesta quinta foi entre a madrugada e de manhã, mas deve se estender ainda à tarde no Litoral Norte. No Sul do estado, o vento mais intenso era previsto para ontem e chegou a 89 km/h na barra do Porto de Rio Grande.

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