Um ciclone bomba atingiu o Oeste dos Estados Unidos e região canadense da Colúmbia Britânica nas últimas horas, trazendo ventos com força de furacão que já mataram pelo menos duas pessoas e deixaram meio milhão de residências sem energia elétrica.
Rajadas de quase 145 km/h varreram o Noroeste do Pacífico, derrubando árvores e linhas de transmissão de energia. Chuvas torrenciais despejaram grandes volumes em partes de Oregon, Washington e do Norte da Califórnia, informou o Serviço Nacional de Meteorologia.
Bombeiros na cidade de Lynnwood, perto de Seattle, relataram que uma mulher morreu após a queda de uma árvore em um acampamento de pessoas sem-teto. Outra pessoa morreu quando uma árvore atingiu sua casa em Bellevue, uma cidade próxima.
“Árvores estão caindo por toda a cidade e atingindo casas”, escreveu o Corpo de Bombeiros de Bellevue nas redes sociais. “Se possível, vá para o andar mais baixo da casa e fique longe das janelas. Não saia de casa, se puder evitar”.
Cerca de 500 mil residências estavam sem energia elétrica no estado de Washington, segundo o site Poweroutage.us. Falta de luz ainda afeta a Colúmbia Britânica, no lado canadense da fronteira.
Um trem da Amtrak que partiu de Vancouver, na Colúmbia Britânica, com destino a Seattle colidiu com uma árvore caída perto da estação de Stanwood na noite de terça-feira, por volta das 20h. Autoridades da Amtrak informaram que nenhum dos 47 passageiros ficou ferido.
Departamentos estaduais e municipais informaram que várias rodovias principais foram bloqueadas por quedas de árvores e postes, incluindo trechos movimentados de algumas das principais estradas da região.
A tempestade, que inicialmente atingiu Washington, estava se deslocando para Oregon e Califórnia, onde os meteorologistas preveem que mais de 300 mm de chuva podem causar inundações em áreas mais baixas e se transformar em nevascas nas montanhas.
“A previsão mais recente indica entre 300 mm e 400 mm de chuva no Norte da Califórnia e no extremo Sudoeste do Oregon até sexta-feira”, disse o Centro de Previsão do Tempo da NOAA em um boletim.
“Nas montanhas da Califórnia e nas Cascatas, existe a ameaça de neve pesada, com a possibilidade de acumular vários metros. Ventos fortes combinados com neve podem gerar condições de nevasca”, alertou a NOAA.
Uma análise da pressão atmosférica desde a década de 1940 indica que esta deve ser a tempestade de novembro mais intensa já registrada na região, superando o recorde anterior por cerca de 15 hPa.
A tempestade evoluiu de uma simples área de baixa pressão para se igualar ao mais intenso ciclone extratropical já registrado naquela parte do Oceano Pacífico, informam meteorologistas norte-americanos.
As medições mostraram que a pressão central da tempestade caiu 66 hPa em 24 horas, alcançando um mínimo de 942 milibares – equivalente a de um furacão de Categoria 4 de grande intensidade. Isso qualificou facilmente o evento como um “ciclone bomba”, denominação atribuída a um ciclone que se intensifica em pelo menos 24 hPa em 24 horas.
Cientistas afirmam que as mudanças climáticas causadas pela ação humana estão amplificando a força destrutiva das tempestades em todo o mundo. Oceanos mais quentes liberam mais vapor de água, o que fornece energia adicional para as tempestades, aumentando a intensidade dos ventos. A atmosfera mais aquecida também permite que as tempestades carreguem mais umidade, resultando em chuvas mais intensas.
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