NOAA

Um centro de baixa pressão em muito rápida intensificação dá origem a um ciclone bomba na costa Nordeste dos Estados Unidos, junto à região da Nova Inglaterra, trazendo chuva forte e neve em diversos estados do Nordeste norte-americano neste fim de semana.

Há alertas de vento intenso na costa com rajadas próximas dos 100 km/h e avisos para as áreas oceânicas de ventos de tempestade. Os acumulados de chuva podem atingir 100 mm em alguns pontos e as acumulações maiores de neve devem se dar entre os estados de Massachusetts e o Maine. Até 30 centímetros de neve podem acumular em alguns locais do Maine. Já há registros de neve com trovoadas (thundersnow).

Um ciclone bomba se caracteriza quando a pressão atmosférica mínima central cai ao menos 24 hpa (hectopascais) em um intervalo de 24 horas. O fenômeno é conhecido também por ciclogênese explosiva ou bomba meteorológica.

Entre os dias 30/6 e 1/7 ano, um ciclone bomba se formou junto à costa do Rio Grande do Sul. A instabilidade associada trouxe chuva intensa com enchentes e tempestades com vento destrutivo que deixaram 12 mortos no Sul do Brasil. Foi o maior saldo de mortos por vento que se tem registro no Sul do país, superando o do furacão Catarina de 2004.

A falta de luz atingiu perto de 10 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná, o mais grave evento no setor elétrico do Sul do Brasil até hoje.

O ciclone de bomba de hoje no litoral Nordeste dos Estados Unidos é o primeiro do inverno climático. Estas tempestades costeiras conhecidas na região também como Nor’easter são bastante comuns no inverno naquela área do território norte-americano.

Ciclogênese explosiva é comum tanto na costa do Nordeste dos Estados Unidos durante o inverno como é comum no Atlântico Sul, entre a América do Sul e a África, especialmente em latitudes mais perto do pólo Sul.

A diferença no intenso sistema do inverno deste ano que atingiu o Sul do Brasil é que a ciclogênese explosiva se produziu mais perto da costa gaúcha, quando o normal é mais distante,  e ainda em latitudes mais ao Norte do que o habitual, quando a regra é se dar da foz do Rio da Prata para o Sul.