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Uma área de baixa pressão favorece instabilidade desde ontem no Sul do Brasil e vai dar origem a uma frente fria, precedendo uma forte massa de ar frio. Esta área de baixa pressão, então, avançará para o Oceano Atlântico e vai se transformar em um ciclone extratropical.

Ciclone começa a se formar perto da costa e atingirá maturidade longe do continente sem causar vento muito intenso em terra firme | METSUL

Uma vez no Atlântico, onde deve começar a se aprofundar gradualmente, a sua circulação de umidade pelo giro ciclônico no sentido horário vai trazer nuvens e chuva ainda entre esta sexta e o sábado para pontos do Leste e do Nordeste do Rio Grande do Sul.

À medida que se distancia da costa, no fim de semana, a baixa pressão atmosférica vai se aprofundar ainda mais e dar origem a um ciclone extratropical, que contribuirá para impulsionar ar frio mais ao Norte.

Ocorre que os dados analisado pela MetSul Meteorologia apontam que este ciclone não será intenso e tampouco vai se formar perto do continente, com o seu campo de vento muito forte distante de terra firme.

A baixa pressão na costa trará vento forte em alto mar entre o final da sexta e o início do sábado, mas não há indicativo de que ocorrerá vento intenso entre amanhã e sábado no Sul e no Leste do Rio Grande do Sul.

Obviamente que, com uma baixa pressão na costa e o ingresso de uma massa de ar frio, haverá vento e que deve se intensificar. As rajadas devem ficar em média entre 50 km/h e 70 km/h, isoladamente superiores.

São velocidades de vento que não diferem muito de um dia ventoso no litoral, mas que não têm nada de excepcional e sequer podem ser comparadas ao vento do ciclone da última segunda-feira.

Os mapas abaixo do nosso modelo de alta resolução WFRF deixam bastante evidente esta enorme diferença. Eles mostram o vento máximo previsto para o ciclone do dia 28 de julho (esquerda) e o deste fim de semana (direita).

METSUL

No ciclone da semana passada, no pico da falta de luz, cerca de 400 mil clientes da CEEE Equatorial ficaram sem energia, o que equivale a mais de um milhão de pessoas. Houve estragos e transtornos em dezenas de municípios e Capão da Cana chegou a decretar estado de calamidade pública.

No Rio Grande do Sul, no Sul do estado, as rajadas no ciclone de 28 de julho chegaram a 102 km/h em Canguçu. Em Porto Alegre, o vento foi a 106 km/h. No Litoral Norte, com muitos estragos, passou de 100 km/h. Nos Campos de Cima da Serra, no paredão junto ao litoral em Cambará do Sul, estação registrou rajada de 127 km/h. Em Santa Catarina, na Serra do Rio do Rastro, estação meteorológica marcou vento de 132 km/h.

Ciclones extratropicais são comuns no Sul do Brasil, especialmente no outono, inverno e primavera, por causa das características geográficas e climáticas da região. A formação dos sistemas se deve principalmente ao encontro de massas de ar de diferentes características — quente e úmida vinda do Norte com fria e seca vinda do Sul — sobre o território do Cone Sul, especialmente sobre o Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina e áreas do Oceano Atlântico adjacente. O Sul do Brasil está em uma zona de transição entre os trópicos e as latitudes médias, o que o torna um corredor natural para frentes frias e áreas de baixa pressão que formam os ciclones.

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