A MetSul Meteorologia reforça o alerta de chuva volumosa a localmente excessiva entre hoje e sexta-feira no Sul do Brasil com acumulados que, em algumas áreas, podem superar a média histórica do mês de outubro inteiro em apenas 72 horas, o que pode causar alagamentos, inundações e elevação de níveis de rios.
A chuva volumosa será consequência de centro de baixa pressão entre o Nordeste da Argentina e o Paraguai, sistema que vai estimular a formação de nuvens com maior desenvolvimento vertical com muita chuva e risco de temporais isolados nos três estados da região.
Na sexta-feira, o centro de baixa pressão vai estar sobre o Sul do Brasil, trazendo mais chuva forte, antes da avançar para o Oceano Atlântico, onde pode dar origem a um ciclone extratropical não intenso e sem maior impacto no continente.
A avaliação da MetSul Meteorologia é de que as áreas de maior risco no Sul do Brasil para chuva volumosa entre hoje e a sexta-feira são a Metade Norte do Rio Grande do Sul, grande parte de Santa Catarina e ainda parte do Paraná, especialmente o Sul e a Metade Oeste do território paranaense.
Nestas áreas, a chuva nestas 72 horas deve passar de 100 mm em vários pontos, mas com acumulados que localmente podem ficar entre 150 mm e 200 mm, possivelmente acima dos 200 mm de forma mais localizada.
A chuva localmente por vezes será forte a torrencial, o que pode gerar acumulados de precipitação elevados em curtos períodos e desta forma trazer alagamentos em áreas urbanas e rurais.
A chuva, conforme o dia, vai cair com maior intensidade em diferentes pontos do Sul do Brasil com instabilidade maior no Norte gaúcho nesta quarta-feira e em Santa Catarina nos três dias do evento de instabilidade.
Tendência da chuva dia a dia
Nesta quarta-feira, a chuva deve cair com maior volumes no Noroeste e no Norte do Rio Grande do Sul com marcas de 50 mm a 100 mm em algumas cidades. Chove bastante ainda em parte de Santa Catarina.
No decorrer da quinta-feira, a instabilidade mais forte deve se concentrar em Santa Catarina e no Paraná, entretanto de forma localizada, enquanto na maior parte do estado gaúcho os volumes de chuva não devem ser altos.
Na sexta-feira, por sua vez, embora possa chover localmente forte no Rio Grande do Sul, a instabilidade deve ganhar força em Santa Catarina e no Paraná, onde pode chover forte em muitas cidades dos dois estados e com acumulados altos para apenas um dia em diversos pontos.
Os mapas a seguir mostram as projeções diárias de chuva acumulada para os dias de hoje, amanhã e sexta-feira no Sul do Brasil a partir da rodada da 0Z de hoje do modelo de referência do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF).
No sábado, com a baixa pressão na costa, ar mais seco deve começar a ingressar no Sul do Brasil. Apesar de que ainda pode ocorrer garoa ou chuva em pontos dos três estados da região, a tendência é de diminuição da instabilidade e melhora gradual do tempo com sol e nuvens em muitas cidades.
Quanto pode chover
Todos os modelos numéricos analisados pela MetSul Meteorologia indicam que a chuva será significativa em várias áreas do Sul do Brasil entre hoje e quarta-feira com um consenso entre os dados que os maiores acumulados devem se dar no Norte gaúcho, Santa Catarina e parte do Paraná.
Inicialmente, os modelos globais europeu (ECMWF) e alemão (Icon), cujos mapas você confere abaixo, indicam chuva entre 100 mm e 150 mm em muitos pontos com marcas localizadas até superiores à casa dos 150 mm.
Já os modelos de alta resolução WRF inicializados com os modelos norte-americano GFS e europeu (ECMWF) da mesma forma indicam que a chuva mais expressiva vai se dar entre o Norte gaúcho e o Paraná, mas projetam a possibilidade de acumulados mais altos em setores de Santa Catarina e do Paraná, até próximos e acima de 200 mm em algumas cidades.
Nesse sentido, a tendência é que os acumulados mais excessivos de chuva ocorram mais em Santa Catarina e no Paraná com volumes em 72 horas que podem ultrapassar a média histórica de precipitação do mês de outubro inteiro, notadamente no estado paranaense e em áreas do território catarinense.
Alagamentos e subida de rios
Diante deste cenário, de chuva volumosa a localmente excessiva, inevitavelmente vão ocorrer transtornos para a população como alagamentos em áreas urbanas e rurais com risco de inundações em alguns pontos. Não podem ser ainda descartados deslizamentos de terra e queda de barreiras em áreas de relevo.
Um risco decorrente da chuva volumosa prevista é a subida de rios, principalmente no estado de Santa Catarina. Há possibilidade de cheias, notadamente no Nordeste do estado, na bacia do Rio Itajaí-Guaçu, de acordo com as projeções do modelo hidrológico europeu. Não se espera, entretanto, um quadro de cheias muito graves.
No Rio Grande do Sul, a chuva volumosa no Norte do estado deve impactar a bacia do Rio Uruguai, que deve subir nos próximos dias inicialmente na parte intermediária da bacia (Médio Uruguai) e depois na Fronteira Oeste. Não se projeta uma cheia muito significativa.
Chuva com altos volumes nas nascentes deve impactar ainda o Rio Jacuí, que igualmente deve subir nos próximos sete a dez dias em sua extensão até desaguar no Guaíba em Porto Alegre, mas da mesma forma não há indicativo de uma cheia de proporção grave.
Como consultar os mapas
Todos os mapas da MetSul neste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas a qualquer hora. A plataforma oferece mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.
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