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Chuva excessiva a extrema causou alagamentos, inundações repentinas e enxurradas no Noroeste e no Norte do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira com transtornos em várias cidades devido aos volumes excessivamente altos em curto período.

Inundação repentina hoje à tarde em Frederico Westphalen | REDES SOCIAIS

Em alguns pontos, a chuva extrema em curto intervalo causou o transbordamento de pequenos cursos d´água como rios menores, córregos e arroios, causando inundação repentina em áreas urbanas e rurais.

Os mais altos acumulados de chuva desde ontem se concentram principalmente em municípios do Noroeste gaúcho com acumulados em diversas cidades entre 150 mm e 250 mm.

Estações meteorológicas registraram na soma do domingo e hoje até às 18h volumes de chuva de 237 mm em Porto Lucena, 234 mm em São Paulo das Missões e Giruá, 221 mm em Santo Cristo, 220 mm em Porto Xavier, 214 mm em Campina das Missões e 210 mm em Santa Rosa.

O monitoramento no mesmo período apontou ainda 182 mm em Porto Vera Cruz, 152 mm em Ijuí, 151 mm em Garruchos, 139 mm em Ajuricaba, 137 mm em Santo Ângelo, 136 mm em Não-Me-Toque, 109 mm em Chapada, 108 mm em Pejuçara, 107 mm em Carazinho, 105 mm em São Gabriel, 103 mm em Itaqui, 102 mm em Porto Mauá, 101 mm em Saldanha Marinho e 100 mm em Colorado, Victor Graeff, São Martinho e Tio Hugo.

Transtornos em diversas cidades

Chuva extremamente forte atingiu Frederico Westphalen, no Alto Uruguai, na tarde desta segunda-feira e provocou alagamentos graves em diferentes pontos da cidade. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram ruas transformadas em verdadeiros rios, com correnteza intensa, água na altura do capô de carros e invadindo estabelecimentos comerciais.

De acordo com a prefeitura, a chuva começou por volta das 16h e durou cerca de meia hora. Mesmo em um curto intervalo de tempo, o volume foi suficiente para causar transtornos significativos. Até às 18h, não havia registro de feridos nem um balanço oficial dos danos.

Os bairros mais afetados foram Centro, Jardim Primavera, Fátima, Santo Inácio e Ipiranga. Pelo menos dois veículos ficaram submersos durante o alagamento e o setor de hemodiálise do Hospital Divina Providência também foi atingido pela água, exigindo atenção das equipes responsáveis.

Na região Noroeste, a chuva volumosa também trouxe transtornos para os municípios de Tuparendi, Santo Cristo e Porto Vera Cruz. Em Tuparendi, a Defesa Civil informou que choveu cerca de 90 mm em apenas 15 minutos na manhã desta segunda-feira, somando-se aos 68 mm registrados no domingo.

Em Santo Cristo, mais de 90 mm caíram em menos de três horas, provocando alagamentos em ruas e atingindo residências. Já em Porto Vera Cruz, os principais problemas ocorreram na zona rural, com pontilhões cobertos por água e interrupções temporárias em estradas vicinais, situação que segue sendo monitorada pelas autoridades locais.

Causa da chuva e alerta de mais água

A chuva excessiva, que foi reiteradamente alertada pela MetSul Meteorologia, decorre de um rio atmosférico que transporta ar tropical quente e carregado de muita umidade diretamente da região amazônica para o Rio Grande do Sul.

A MetSul Meteorologia adverte que o rio atmosférico vai permanecer sobre o Rio Grande do Sul ainda por muitos dias e trazendo instabilidade persistente com chuva frequente no estado e com altos volumes.

METSUL

Um rio atmosférico é uma extensa e estreita faixa de ar extremamente úmido que se desloca na atmosfera transportando enormes volumes de vapor d’água, muitas vezes equivalentes ao fluxo de grandes rios na superfície. Por isso são conhecidos também como rios voadores.

Como consequência, o risco de chuva localmente forte a intensa persiste no Rio Grande do Sul. Alerta-se que a umidade vai aumentar ainda mais nesta terça-feira no estado com precipitação mais generalizada e chuva isoladamente forte a extrema com elevados volumes em diversas cidade.

Os dados indicam que o risco de chuva volumosa segue na quarta e na quinta no Rio Grande do Sul. Com o que já choveu e ainda vai chover até sábado à noite no estado, é possível que algumas cidades gaúchas somem apenas nesta semana acumulados tão altos quanto 300 mm a 500 mm, o que vai trazer cheias de rios. O maior risco é para a bacia do Uruguai.

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