Se áreas mais ao Sul do Brasil não possuem uma estação seca e outra chuvosa com precipitações regulares e frequentes durante todo o ano, dezenas de milhões de brasileiros todos os anos convivem com vários meses seguidos de chuva escassa e baixa umidade.
A estação seca no Brasil ocorre, de forma predominante, entre maio e setembro, com seu auge nos meses de inverno — junho, julho e agosto. Nesse período, o avanço de frentes frias e massas de ar polar é mais frequente, mas a umidade do ar tende a diminuir fortemente, sobretudo no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste.
A redução das chuvas é resultado do enfraquecimento da convecção tropical e do afastamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para o Hemisfério Norte, além do bloqueio provocado por massas de ar seco e estável.
Os dados meteorológicos mostram que cidades como Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Cuiabá frequentemente registram chuva nula ou com baixíssimos volumes no auge da seca da estação.
A umidade relativa do ar pode cair abaixo de 20% em diversas localidades do Centro-Oeste, valores comparáveis aos de regiões semiáridas. Já em São Paulo e Belo Horizonte, os acumulados mensais de chuva ficam, em média, entre 20 e 40 milímetros, bem abaixo dos mais de 200 ou 300 mm registrados nos meses de verão.
A consequência mais visível é o aumento do número de queimadas e incêndios florestais, impulsionado pela vegetação seca e pela baixa umidade. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), agosto e setembro costumam concentrar mais da metade dos focos de calor do ano na Amazônia e no Cerrado.
Fim da estação seca está próximo
Como normalmente ocorre, em outubro a chuva costuma voltar a cair com uma maior frequência no Centro do Brasil, embora sem volumes tão altos quanto nos meses quentes do verão.
A MetSul Meteorologia projeta que nos próximos 10 a 15 dias vai, finalmente, chegar ao fim a estação seca com precipitações abundantes no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, até com acumulados altos em diversas áreas.
METSUL
O mapa de chuva acumulada em 15 dias acima do modelo do Centro Meteorológico Europeu (clique aqui para ter acesso a qualquer hora) indica volumes altos em muitas áreas do Sul, Centro-Oeste e o Sudeste com marcas acima de 100 mm no período em muitas cidades das três regiões e volumes de até 150 mm a 200 mm ou mais em alguns pontos.
A formação de um ciclone neste fim de semana e o deslocamento de uma frente fria associada ao sistema pelo Brasil vai ser determinante para levar chuva e com mais altos volumes para um grande número de localidades do Centro do Brasil no começo da semana que vem.
Temporais com a chuva
O aumento da frequência da chuva vai significar também o retorno dos temporais com maior recorrência para os estados do Centro-Oeste e do Sudeste. Mais comuns durante os meses de verão pela convecção do ar tropical quente e úmido, temporais isolados passarão a ocorrer com maior periodicidade.
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