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Partes de Hong Kong foram paralisadas nesta terça-feira (5) por inundações causadas por chuvas torrenciais, após o serviço meteorológico emitir o mais alto nível de alerta para tempestades — o quarto em apenas oito dias. A cidade registrou o maior volume de chuva diária em agosto desde o início dos registros, em 1884: mais de 355 milímetros foram acumulados na estação principal do Observatório de Hong Kong até as 14h (horário local).

YAN ZHAO/AFP/METSUL

Diante da gravidade da situação, as autoridades suspenderam as aulas, ativaram abrigos temporários e informaram que alguns serviços hospitalares, como ambulatórios, foram afetados pelas enchentes.

O alerta de chuva “preta”, o mais severo na escala local — emitido quando chove mais de 70 mm em uma hora — foi mantido em vigor até pelo menos as 17h. O sinal foi acionado duas vezes: na noite de segunda-feira e novamente durante a madrugada.

Segundo o observatório, entre 5h e meio-dia foram registradas mais de 9.600 descargas de raios do tipo nuvem-solo, indicando a violência da tempestade.

A agência meteorológica alertou na tarde de terça que a “chuva persistente pode causar alagamentos graves em estradas e congestionamentos severos”.

Um repórter da AFP flagrou pequenos barcos virados na costa do distrito de Tseung Kwan O, no leste da cidade. Veículos ficaram quase submersos em um estacionamento próximo, tomado pela água.

O secretário-chefe de Hong Kong, Eric Chan, pediu que a população mantenha a vigilância e sugeriu que empregadores adotem esquemas de trabalho flexíveis, priorizando a segurança dos funcionários.

O atendimento de emergência do Hospital Queen Mary ficou prejudicado por cerca de duas horas devido às inundações que bloquearam o acesso em algumas vias, conforme informou o setor de saúde pública.

O transporte público também foi impactado. Algumas saídas de estações do metrô foram fechadas, e ônibus e táxis enfrentaram lentidão em diversos pontos da cidade.

No aeroporto internacional, cerca de 100 voos foram atrasados pela manhã. Um voo de partida e outro de chegada chegaram a ser cancelados, de acordo com a autoridade aeroportuária.

Até o meio da tarde, o Departamento de Drenagem registrava 25 ocorrências de alagamentos em diferentes áreas da cidade.

Na vizinha Shenzhen, polo tecnológico no sul da China, o alerta de chuva “vermelha” — também nível máximo — foi emitido nesta terça-feira pela primeira vez desde 2018, segundo a imprensa local.

Esta foi a quarta vez em pouco mais de uma semana que Hong Kong entra sob alerta de chuva preta, batendo o recorde anterior de três ocorrências em um ano inteiro.

Cientistas alertam que eventos extremos como esse devem se tornar mais frequentes e intensos com o avanço do aquecimento global, causado pelas emissões de combustíveis fósseis.

A China, embora seja a maior emissora de gases de efeito estufa do planeta, também lidera a expansão das energias renováveis e pretende atingir a neutralidade de carbono até 2060.

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