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A MetSul Meteorologia reforça o alerta sobre chuva excessiva no Rio Grande do Sul e uma vez mais adverte sobre a possibilidade de alagamentos e inundações, inclusive com risco de cheias de rios, especialmente em bacias compreendidas entre o Oeste, o Centro e a Campanha.

CBMSC/ARQUIVO

O aviso é que volumes muitos altos a localmente excessivos e mesmos extremos são esperados na soma de hoje e amanhã no Oeste, no Centro e no Sul do Rio Grande do Sul com marcas de precipitação que em diversas cidades devem ficar entre 100% e 200% da média histórica de precipitação do mês inteiro em apenas 48 horas.

Os modelos apresentam consenso de que grande número de municípios destas regiões do estado deve ter acumulados de precipitação acima de 100 mm até esta sexta-feira, mas com marcas de até 200 mm ou 250 mm em alguns pontos. Projeções de modelos de computador com cenários mais agressivos chegam a indicar acumulados de 300 mm ou mais.

Hoje, uma frente quente atua no Rio Grande do Sul e concentra os maiores volumes de chuva no Oeste, na Campanha e parte do Sul. O Oeste do estado, em especial, poderá ter acumulados de precipitação muito altos ao longo desta quinta-feira com registros de 50 mm a 100 mm em vários pontos e marcas acima de 100 mm em algumas localidades.

Amanhã, uma frente fria avança pelo Rio Grande do Sul e tende a ganhar muita força ao se deslocar pelo estado, deixando volumes de chuva muito altos e excessivos em várias cidades. Somente nesta sexta-feira, alguns municípios podem ter acumulados de chuva de 100 mm a 200 mm.

A chuva, por vezes, será muito intensa e torrencial com volumes por demais elevados em curto período, de 50 mm a 100 mm em menos de três horas, e até de 100 mm a 150 mm em menos de seis horas, em algumas localidades.

São volumes excessivamente altos em curto período e que sistemas de macrodrenagem urbana da cidade, por mais robustos que sejam, são incapazes de absorver. Por isso, é alto o risco de que ocorram alagamento e inundações repentinas com possibilidade de enxurradas.

Há um consenso entre os dados também que o Oeste e áreas da Campanha, do Centro e da Metade Sul gaúcha devem ter volumes de chuva elevados a excessivamente altos. Os dados divergem quanto a uma faixa da Depressão Central que inclui o Vale do Rio Pardo, a Região Carbonífera, Porto Alegre e Região Metropolitana.

Mapa de chuva do modelo Icon mostra chuva excessiva

METSUL

Para estas áreas em específico, a maioria do modelos não indica volumes de chuva muito altos, mas o modelo meteorológico alemão Icon, historicamente um dos com maior índice de precisão, estende a zona de chuva volumosa para estas regiões do estado (mapa acima e disponível na seção de mapas ao assinante).

Assim a MetSul Meteorologia inclui esta parte do estado na área compreendida pelo nosso alerta de risco de chuva forte a muito intensa com altos volumes. Nestas regiões da Depressão Central, ao contrário do Oeste e do Sul, onde já chove muito hoje, o risco de precipitação intensa se concentra amanhã com a chegada e a atuação da frente fria.

Diante do cenário que se apresenta de chuva excessiva, assim como temos alertado desde o primeiro boletim emitido no domingo (4), a MetSul reforça uma vez mais o seus aviso de riscos hidrológicos sobre a altíssima probabilidade de transbordamento de cursos d´água menores, como arroios e córregos.

Com base em projeções das simulações computadorizadas de previsão do tempo e dados de modelos hidrológicos, renova ainda o alerta sobre a possibilidade de cheias de rios em que cotas de inundação podem ser atingidas ou superadas, em particular em bacias entre o Oeste, o Centro do estado e a Campanha.

COPERNICUS

O mapa acima mostra a última projeção do modelo hidrológico do Global Flood Awareness System (GloFAS), sistema de monitoramento de enchentes no mundo da União Europeia, que utiliza dados de modelos meteorológicos, e que projeta alto risco (vermelho) de cheias e inundações em bacias do Centro para o Oeste do Rio Grande do Sul.

Em nossa análise, rios como Quaraí, Santa Maria, Ibirapuitã, Vacacaí, Vacacaí Mirim e Ibicuí são os de maior risco de cheias devido à chuva excessiva. Ou seja, há risco para municípios como Alegrete, Quaraí, Cacequi, São Gabriel, Rosário do Sul e Dom Pedrito, dentre outros. Rios da Metade Sul, como Jaguarão, Piratini e Camaquã, embora com risco menor do que no Oeste, exigirão atenção também quanto à possibilidade forte subida dos seus níveis.

Por fim, é fundamental outra vez enfatizar que cheias de rios ocorrem todos os anos no Rio Grande do Sul e que 2024 foi um evento extraordinário, não se prevendo para agora uma repetição de maio passado.

Não há expectativa de volumes excessivos de chuva nas nascentes dos rios que cortam os vales e a Grande Porto Alegre, como Jacuí, Taquari, Caí, Sinos e Gravataí. Além disso, a chuva do fim de abril e o começo de maio de 2024 se deu em episódio de bloqueio atmosférico com precipitação intensa em numerosos dias e com acumulados muito mais altos do que se prevê para agora no estado.

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