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A província argentina de Corrientes enfrentou um domingo de chuva excessiva com transtornos em diversas localidades. A capital provincial registrou 160 mm em horas enquanto várias regiões do interior também passaram da marca de 100 mm, segundo dados oficiais da Direção de Recursos Florestais.

Chuva em Corrientes

Chuva em Corrientes | REDES SOCIAIS

O balanço aponta que, além da cidade de Corrientes, os acumulados mais altos ocorreram em San Borjita (136,6 mm), Ituzaingó (135 mm), La Palmira (123,4 mm), Ita Ibaté (120,4 mm), Concepción (110 mm) e San Miguel (101 mm). Outras áreas do território correntino também somaram chuva volumosa: Gobernador Virasoro teve 80,4 mm, Goya 55 mm, Monte Caseros 51 mm e Paso de los Libres 39 mm.

Na capital, o temporal foi particularmente severo durante a madrugada. Entre 2h e 3h, um volume impressionante de 103 mm caiu em apenas uma hora — quase três vezes mais do que o sistema de drenagem suporta, estimado em 40 mm/h.

A chuva torrencial provocou alagamentos, bloqueou vias e inundou bairros. Trechos críticos foram identificados em grandes avenidas, como Laprida, Ferré, Chacabuco e Las Heras, além dos bairros Laguna Seca, 17 de Agosto e o conglomerado La Olla.

As chuvas vieram acompanhadas de vento que derrubaram árvores e galhos em diferentes pontos da cidade. O Comitê de Operações de Emergência municipal atuou desde cedo para limpar bocas de lobo, remover árvores caídas e acelerar o escoamento da água.

O transporte público também foi afetado. Algumas linhas de ônibus chegaram a operar com trechos limitados devido às ruas inundadas, embora os serviços tenham sido gradualmente restabelecidos ao longo do dia. Agentes de trânsito continuam mobilizados para organizar desvios e orientar motoristas.

A chuva excessiva em Corrientes ocorre pelo mesmo cenário atmosférico que provocará precipitações volumosas no Rio Grande do Sul nesta semana com a atuação de um rio atmosférico combinado à influência de um Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN).

O VCAN fará com que a umidade da Amazônia seja canalizada diretamente para o território gaúcho, resultando em chuva frequente, volumosa e acima dos padrões esperados para esta época do ano.

O VCAN, posicionado sobre o Centro do Brasil, cria um bloqueio atmosférico que redireciona o canal primário de umidade do continente para o Rio Grande do Sul. Enquanto seu centro costuma gerar ar mais seco e tempo firme, as bordas do sistema concentram instabilidade e favorecem intensa instabilidade.

Como consequência, o risco de chuva forte a intensa continua em províncias do Nordeste argentino como Corrientes e Misiones, onde se espera a formação de novas áreas de instabilidade e sistemas convectivos de mesoescala (aglomerados de nuvens carregadas).

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