A expectativa manifestada na análise de ontem se confirmou que no começo do dia fortes áreas de instabilidade se formariam na província argentina de Corrientes, migrando após para o Rio Grande do Sul. Desde a madrugada o Oeste gaúcho tem chuva em um grande aglomerado de nuvens carregadas (imagem de satélite abaixo) desloca-se de Oeste para Leste nesta manhã, já tendo provocado chuva até em Santa Maria, no Centro do Estado. Em alguns pontos do Oeste, as precipitações nas últimas seis horas foram volumosas em curto período. A tendência nas próximas horas é que a instabilidade siga avançando pelo Centro e o Norte do Estado, alcançando a área de Porto Alegre agora na segunda metade desta sexta-feira. Segue o risco de chuva localmente forte mais concentrado do Centro para o Oeste e Norte do Rio Grande do Sul.


A MetSul Meteorologia mantém o alerta sobre um período de forte instabilidade no Rio Grande do Sul. As condições neste período serão favoráveis ao registro de chuva forte a intensa em vários pontos do Estado. Os gaúchos começam hoje uma sequência de dias com chance de chuva forte e temporais isolados com elevados volumes acumulados em algumas regiões, particularmente do Centro para o Oeste e o Norte do Estado, onde alguns municípios podem ter acumulados tão altos quanto 150 a 200 mm em só três a quatro dias. Acumulados isolados ainda maiores não estão fora de cogitação. Adverte-se que há o risco de chuva volumosa localizada em curtos períodos, o que pode trazer transtornos em zonas urbanas como alagamentos.



Projeção de volumes de chuva das 0Z de hoje do modelo GFS do NCEP/NOAA para 180 horas em algumas cidades gaúchas, mas há outros modelos indicando acumulados maiores do que o americano

No Sul do Estado, a instabilidade deverá ser menor neste período e com chuva em volumes menos expressivos, segundo todos os modelos. O tempo, contudo, não deve ficar sempre fechado durante este período de instabilidade no Rio Grande do Sul e tendem a ser anotados momentos de melhoria ou mesmo até com aberturas. Desenha-se pelas projeções computadorizadas verdadeiro “trem” de fortes áreas de instabilidade que vão se formar seguidamente no Norte da Argentina e o Oeste do Rio Grande do Sul, migrando a seguir para Leste pelo Estado, trazendo chuva forte e também o risco de temporais localizados.



Projeção de chuva acumulada para quatro dias do modelo ETA do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina (meramente ilustrativo e não representa necessariamente a previsão de chuva da MetSul)

O modelo americano é um dos que “carrega” muito na chuva na Metade Norte do Estado durante a segunda-feira e a terça com volumes bastante altos. Há outras simulações, entretanto, que indicam a permanência da instabilidade na região nos dois dias, porém sem os extremos de chuva sugeridos pelo GFS, o que acentua a incerteza sobre a distribuição e intensidade da chuva no começo da semana. O modelo Europeu, tradicionalmente mais confiável, sinaliza para os dois dias a possibilidade de pancadas fortes e localmente volumosas na Metade Norte gaúcha. Parece claro, assim, que o tempo não firma tão cedo no Rio Grande do Sul e que o Oeste e o Norte do Estado parecem destinados não só a ter chuva, mas muita chuva.