Mantra das teorias das mudanças climáticas e do aquecimento global é que a elevação da temperatura planetária levará a mais e intensos furacões. Tanto que a imagem do pôster do filme Uma Verdade Inconveniente de Al Gore é justamente um furacão. Pois a temporada de furacões de 2013 no Atlântico Norte, iniciada em 1º de junho, chegou ao fim no dia de ontem. E foi como se não tivesse havido uma temporada neste ano, tamanha foi a baixa atividade de ciclones tropicais na região. Entre as causas especuladas pelos especialistas para a temporada calma estão o avanço de ar muito seco com poeira do Saara em direção ao Atlântico Norte e o predomínio de áreas de alta pressão com vento divergente (desfavorável a ciclones).

Foi a mais calma temporada desde 1982 e a sexta menos ativa desde 1950, de acordo com o NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera). No total, 13 tempestades se formaram, sendo só dois furacões. Nenhum deles (Ingrid e Humberto) sequer atingiu status de furacão intenso, ou seja, categoria 3 ou superior na escala Saffir-Simpson de intensidade que vai a 5. O país mais atingido foi o México.  Sinal da tranqüilidade deste ano foi o número baixo de horas voadas pelos aviões “caça furacões” da Meteorologia americana e da Força Aérea dos Estados Unidos, que viajam dentro das tempestades para coletar dados meteorológicos. Foram tão-somente 435 horas de voo de reconhecimento em ciclones, o menor anotado desde 1966.


Furacões Humberto (esquerda) e Ingrid (direita) foram os únicos da temporada de 2013 no Atlântico Norte (fotos NASA)

O último furacão intenso (categoria 3 ou superior da escala Saffir-Simpson) que tocou terra nos Estados Unidos foi Wilma, no distante 2005, e que estabeleceu recordes no Golfo do México. É a maior trégua já vista no país de furacões intensos. No primeiro dia da temporada de 2014, no próximo 1º de junho, vão ser 3142 dias desde o último furacão intenso nos Estados Unidos. Sandy, em 2012, jamais foi um furacão intenso.