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A onda de calor que castiga Portugal neste fim de junho estabeleceu um novo recorde histórico. Mora, no distrito de Évora, alcançou no domingo (29) a impressionante marca de 46,6°C, segundo dados preliminares do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Brutal onda de calor na Península Ibérica | CRISTINA QUICLER/AFP/METSUL

Trata-se da mais alta temperatura já observada oficialmente em Portugal no mês de junho com valor perigosamente próximo do recorde absoluto de máxima país, de 47,3°C em Amareleja (Beja) em 1 de agosto de 2003.

O valor foi registado às 15h30, conforme informou a meteorologista Alexandra Fonseca, do IPMA. Apesar de ainda carecer de validação pela Divisão do Clima, trata-se de um número que já entra para a história do clima em Portugal.

No sábado (28), a cidade de Alvega, no concelho de Abrantes (Santarém), já havia atingido 45,4°C, valor que por si só superava o antigo recorde de junho: 44,9°C em Alcácer do Sal, em 17 de junho de 2017.

Segundo Alexandra Fonseca, apesar de uma esperada ligeira descida das temperaturas a partir desta segunda-feira (30), o cenário de calor extremo ainda não deve dar trégua, especialmente no interior do país.

Devido à persistência da onda de calor, o IPMA mantém sete distritos em aviso vermelho — o mais grave na escala de risco meteorológico — até terça-feira: Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Castelo Branco e Portalegre. Os restantes distritos do continente estão sob avisos laranja e amarelo, conforme a evolução local das condições.

Além de Portugal, a vizinha Espanha também enfrenta uma situação crítica. No sábado, os termômetros chegaram a 46°C em Granado, na província de Huelva, batendo o recorde espanhol para o mês de junho, que antes era de 45,2°C em Sevilha, em 1965.

As autoridades portuguesas alertam para os riscos associados a este tipo de situação extrema, como o agravamento de incêndios rurais, problemas de saúde relacionados ao calor excessivo e sobrecarga nos sistemas elétricos e de abastecimento.

A população tem sido orientada a evitar a exposição solar nas horas de maior calor, hidratar-se com frequência e dar atenção especial a idosos, crianças e pessoas com doenças crónicas.

A temperatura registada em Mora é um lembrete alarmante do avanço das ondas de calor na Península Ibérica e das consequências do aquecimento global. Ainda que seja comum que o Alentejo e o interior do país enfrentem calor intenso no verão, os extremos agora alcançados superam marcas históricas.

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