Os milhares de bombeiros que combatem o incêndio de Oak Fire, no condenado de Mariposa, na Califórnia, Estados Unidos, enfrentam o perigo dos redemoinhos de fogo em meio à vegetação ardente. O incêndio explodiu em intensidade durante o fim de semana, o que acabou por criar uma grande nuvem pirocúmulus sobre as montanhas de Sierra Nevada, nas proximidades do parque Nacional de Yosemite, uma das jóias naturais do país.
O Serviço Florestal dos Estados Unidos define um redemoinho de fogo como um “vórtice giratório em forma de vórtice de ar quente ascendente e gases subindo de um incêndio e transportando fumaça, detritos e chamas”. Os redemoinhos de fogo podem variar em tamanho de menos de 30 centímetros a mais de 150 metros de diâmetro. Às vezes, no entanto, ocorre um redemoinho de fogo que é muito maior e mais forte do que o normal. Mais comuns que os tornados de fogo, os redemoinhos de fogo são redemoinhos criados pelo calor das chamas.
Em seu artigo “Fire Whirls: Twisters that Light the Sky”, Bradley Muller e Christopher Herbster analisaram a história e a ciência dos redemoinhos de fogo. Os autores apontam que mesmo bombeiros e cientistas atmosféricos usam o termo “tornado de fogo” de maneiras diferentes, e que os cientistas atmosféricos podem distinguir entre intensos redemoinhos de fogo e os tornados de fogo mais raros associados a uma nuvem Pirocumulonimbus.
Os bombeiros conseguiram frear parcialmente o grande incêndio florestal que arrasa áreas das montanhas de Sierra Nevada, no estado norte-americano da Califórnia, desde a última sexta, graças a uma leve melhora das condições climáticas. O fogo começou no condado de Mariposa, aos pés da Sierra Nevada, e agora ameaça o Parque Nacional de Yosemite.
Até agora, o incêndio de Oak Fire é o maior da temporada no estado da Costa Oeste dos Estados Unidos. A onda de calor e a seca favoreceram sua propagação. As chamas, que atingem vários metros de altura, já arrasaram mais de 7.000 hectares e 41 estruturas desde a sexta-feira, o que forçou a retirada de milhares de moradores da região.
Quase 3.000 bombeiros trabalham na extinção dos focos e conseguiram conter mais de um quarto do incêndio. Além de caminhões e estruturas em terra, mais de 20 helicópteros contribuem no combate às chamas pelo ar. As equipes mobilizadas na região esperam que as chamas alcancem áreas menos propensas à combustão, pois outros incêndios já reduziram a cinzas os galhos e folhas que, muitas vezes, servem de combustível para o fogo.
De acordo com as autoridades, os bombeiros trabalham sob condições de intenso calor e seca, em um terreno íngreme, o que complica a operação. O fogo forçou a evacuação de dezenas de comunidades de Mariposa, onde foi declarado estado de emergência pelo governo da Califórnia.
“Se alcançar a área já queimada no passado pelo incêndio Fergunson, o fogo se reduzirá um pouco porque há menos material combustível ali”, disse Jonathan Pierce, porta-voz dos bombeiros californianos. Os bombeiros trabalham em um terreno com condições topográficas complexas e durante vários dias sob altas temperaturas e seca.
Na noite de ontem, a secura diminuiu com a entrada de umidade, informaram as autoridades. Classificado de “mega-incêndio”, o Oak Fire é uma das consequências da onda de calor que abrange várias partes dos Estados Unidos desde a sexta-feira.
O impacto do calor é sentido também em estados centrais do país como Kansas, Oklahoma e Missouri, que registraram temperaturas próximas dos 40°C. A temporada de fogo começou cedo na Califórnia com o incêndio Washburn, também nas imediações do Parque Nacional de Yosemite, que ameaçou as colossais sequoias milenares e destruiu quase 2.000 hectares de floresta.