A onda de calor que afeta o Rio Grande do Sul é Muito forte e tem o potencial de ser uma das mais intensas desta década e talvez com registros de grande importância histórica. Há indicativos de que se formou sobre o Rio Grande do Sul o que se convencionou chamar na Meteorologia dos Estados Unidos de um “heat dome”, verdadeira “bolha” gigante de ar extremamente quente associada a persistente área de alta pressão. É verdadeira panela de pressão com ar quente aprisionado nela e se intensificando enquanto o ar mais frio que poderia trazer alívio fica bloqueado mais ao Sul da América do Sul. Estabelece-se  padrão de bloqueio que desloca a corrente de jato mais ao Sul da posição normal com contínuo ingresso de ar quente de Norte e que se intensifica.

A longa sequência de dias tórridos agrava o efeito da ilha de calor urbano e as cidades ficam ainda mais quentes com noites muito quentes. Quando se estabelece uma condição de bloqueio com uma bolha de ar quente tão intensa e extensa, as ondas de calor não apenas tendem a ser muito fortes como costumam ser longas com máximas extremas e até históricas. Foi exatamente o que ocorreu na primeira semana de 2014, quando Porto Alegre teve a sua segunda maior máxima em 110 anos de observações com 40,7ºC.

Primeira semana de fevereiro de 2014

Última semana de dezembro de 2019

Reforçamos que o calor segue muito intenso neste fim de semana e que esta onda de calor poderá ter impacto econômico e social. São prováveis mais transtornos para a população por falta de luz e água com picos de demanda e consumo. No campo, a soja e o milho vão ter estresse pelo calor excessivo e a intensa insolação, e ainda a avicultura pode sofrer perdas por mortes de frangos pela temperatura alta. O risco de incêndio em vegetação será muito alto a extremo em várias regiões gaúchas.