Baixa pressão em São Paulo que vai dar origem a um ciclone nos próximos dias na costa do Sudeste do Brasil trouxe chuva excessiva por sua circulação de umidade nas últimas horas no Nordeste de Santa Catarina e no litoral de São Paulo, inclusive com volumes que passaram de 200 mm em poucas horas.

Ciclone vai estar formado sobre o mar junto aos litorais de São Paulo e do Rio de Janeiro entre esta terça e a quarta | EARTH NULL/METSUL
Os volumes de chuva em 24 horas até o fim da tarde desta segunda-feira em Santa Catarina foram de 180 mm em Luiz Alves, 161 mm em Balneário Barra do Sul, 150 mm em Araquari, 141 mm em São Francisco do Sul, 128 mm em Massaranduba e 123 mm em Itapoá.
Em São Paulo, os volumes de chuva foram ainda maiores na costa com acumulados nas últimas 24 horas até o fim da tarde desta segunda de 221 mm em Peruíbe, 190 mm em Ubatuba, 168 mm em Bertioga, 139 mm no Guarujá, 125 mm em Praia Grande, 123 mm em Caraguatatuba e 103 mm em São Sebastião.
Os volumes de chuva nestas regiões foram consequência de orografia, o que a MetSul Meteorologia havia alertado ocorreria pelo fluxo de umidade do mar para o continente por conta da circulação de umidade da área de baixa pressão.
A chuva orográfica é a precipitação induzida pelo relevo. Umidade que vem do oceano, trazida por vento, ao encontrar a barreira do relevo da Serra do Mar, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa à medida que ascende na atmosfera com camadas mais frias. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.
Episódios de chuva orográfica são de alto risco porque costumam trazer acumulados de precipitação localmente muito altos e que não raro até acabam superando as projeções dos modelos numéricos.
Em Santa Catarina, Joinville, registrou diversos pontos de alagamentos com ao menos quatro bairros apresentando bloqueios e transtornos já no começo do dia. Veículos chegaram a ficar submersos com a subida da água. Várias vias ficaram intransitáveis pela altura da água.
No litoral de São Paulo, as fortes chuvas na Baixada Santista causaram alagamentos e transtornos. Aulas chegaram a ser suspensas em escola de São Vicente. Em Peruíbe, a água invadiu casas e houve queda de árvores.
No fim da tarde desta segunda-feira choveu forte em pontos da cidade do Rio de Janeiro com acumulado em curto período de até 60 mm em Bangu.
A tendência agora é que a área de baixa pressão esteja sobre o mar nesta terça-feira e gradualmente comece a aprofundar, formando um ciclone que não deve se intenso e cujo campo de vento forte deve permanecer quase todo sobre mar aberto.
A circulação do sistema ainda traz chuva nesta terça no litoral de São Paulo e no Rio de Janeiro, mas a chuva mais forte deve ocorrer do Centro para o Norte de Minas Gerais com acumulados isoladamente altos que podem passar de 100 mm em 24 horas no Norte e no Nordeste mineiro.
