Austrália enfrenta um mês de fevereiro com extremos impressionantes de temperatura e chuva com recordes e enchentes. Agora, o país se vê sob a ameaça iminente de um poderoso ciclone tropical, um dos mais intensos já vistos naquela parte do planeta.

Ciclone tropical severo (furacão intenso) Zelia na costa da Austrália | TROPICAL TIDBITS
O ciclone tropical severo – como são chamados os furacões intensos que se formam na região – de nome Zelia está se intensificando rapidamente ao Norte da Austrália Ocidental e deve atingir a costa como uma tempestade categoria 5 nesta sexta-feira.
Zelia tornou-se um ciclone tropical na manhã de quarta e intensificou-se rapidamente. Às 5h desta quinta-feira (hora local), era um ciclone severo de categoria 4, com ventos sustentados de 175 km/h, localizado a 140 km de Port Hedland.
Imagens de satélite na manhã mostraram um olho simétrico no centro do ciclone, um sinal clássico de um sistema severo. Mesmo estando a menos de 150 km da costa, há incertezas sobre seu deslocamento e evolução. A previsão indica que continuará se fortalecendo, movendo-se para Sul na sexta-feira.
O Bureau de Meteorologia (BoM) prevê que Zelia atinja a região de Port Hedland na sexta-feira à noite como um ciclone categoria 5. Modelos do JTWC (Centro de Tufões do Pacifico) sugerem que o ciclone pode tocar a costa mais a Oeste, perto de Roebourne, com rajadas de até 320 km/h.
A incerteza sobre o deslocamento exato afeta as previsões, mas há sinais claros de um impacto severo na costa de Pilbara. A região enfrentará chuvas intensas, inundações, tempestades e ventos destrutivos nas próximas 24 a 48 horas.
Se Zelia atingir a costa perto de Port Hedland como categoria 5, será o primeiro desde Dean em 1980. No entanto, Zelia deve ser mais forte, com ventos sustentados acima de 200 km/h e rajadas entre 290 e 320 km/h. A região tem baixa densidade populacional.
Enquanto isso, a Austrália sofre com o calor. A cidade de Oodnadatta, no interior da Austrália do Sul, registrou a maior temperatura de fevereiro da história do estado na quarta-feira, atingindo 48,7°C às 15h15 (hora local). O recorde anterior era de 47,2°C.
Outras áreas remotas também enfrentaram calor extremo. Coober Pedy chegou a 48,1°C, enquanto Tarcoola marcou 47,8°C.
Em Adelaide, a temperatura atingiu 43,3°C, a mais alta em mais de cinco anos, ultrapassando 44°C em alguns bairros. A última vez que fez tanto calor foi em 30 de janeiro de 2020.
Fevereiro de 2025 tem sido excepcionalmente quente em Adelaide. Até o dia 12, a média das máximas foi de 34,9°C, 6,4°C acima da média histórica de 28,5°C. O verão na cidade tem sido escaldante, com máximas 2°C acima da média em dezembro e 2,2°C acima em janeiro.
Se não bastasse, fevereiro tem sido de extremos de chuva, com o estado de Queensland sofrendo com precipitações absurdas. O Nordeste de Queensland tem enfrentado chuvas intensas nas últimas duas semanas devido a uma ativa zona de monções, causando precipitações persistentes e tempestades na região tropical costeira.
Os acumulados de chuva no período foram impressionantes. Em Cardwell, um pluviômetro registrou 2500 mm de chuva até 9 de fevereiro. Em Rollingstone, choveu 1400 mm em apenas três dias, até a manhã de 3 de fevereiro. Esse volume em 72 horas é extremamente raro, com menos de 0,01% de chance de ocorrer anualmente, evento com recorrência de uma vez em dez mil anos.

QUEENSLAND FIRE DEPARTMENT
A Austrália registrou seu segundo janeiro mais quente da história, com temperaturas médias 2,15°C acima da média de longo prazo. O único janeiro mais quente foi o de 2019, quando a anomalia atingiu 2,85°C, no que se tornou o ano mais quente já registrado no país.
Mesmo assim, janeiro de 2025 foi excepcionalmente quente, com todas as regiões apresentando temperaturas acima do normal. As anomalias de temperatura média foram de 2,52°C na Austrália do Sul, 2,16°C em Queensland, 2,14°C no Território do Norte, 2,13°C na Austrália Ocidental, 2,02°C em Nova Gales do Sul, 1,71°C em Vitória e 0,85°C na Tasmânia.
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