A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a NOAA, na última semana declarou que um evento muito fraco de El Niño está em andamento. Já o Bureau de Meteorologia da Austrália, outro centro mundial de referência, apontou que ainda não há El Niño. Segundo os australianos, em posição que é idêntica a da MetSul, alguns requisitos de El Niño foram alcançados, mas não todos.

Recém nos últimos dias a atmosfera começou a apresentar sinais típicos de El Niño, ausentes no começo do ano e no final de 2018, a despeito das anomalias de temperatura da superfície do mar dentro dos patamares para a classificação do fenômeno. Um desses indicadores atmosféricos é o chamado Índice de Oscilação do Sul, calculado a partir da diferença de pressão entre Darwin e o Taiti. Duas semanas atrás a média de 30 dias estava em 0, logo em patamar de neutralidade. Ontem, após ter despencado nos últimos dias, a média de 30 dias era de -11, logo em patamar de El Niño.

Assim, as condições plenas de El Niño gradualmente se estabelecem. E uma nota importante da MetSul. O fato de ser fraco não indica que seus impactos serão mínimos no Sul do Brasil, confusão feita até por especialistas. O histórico da região mostra muitos eventos de enchentes e excesso de chuva ocorridos mesmo com El Niño fraco e esse é um risco real, uma alta probabilidade, para os próximos meses no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.