O principal impacto da passagem do ciclone subtropical Yakecan pelo litoral do Uruguai foi no fornecimento de energia. A empresa de energia UTE informou que houve um pico de quase 22.000 clientes afetados ou cerca de 80 pessoas sem luz. Equipes da empresa e contratadas continuam trabalhando na restauração dos serviços.
Autoridades do Ministério do Interior do Uruguai confirmaram que os bombeiros atenderam 293 ocorrências, sendo 120 na região metropolitana de Montevidéu. Das 173 intervenções no interior, sendo duas em Lavalleja e as restantes em Maldonado e Rocha, 68 foram inspeções de árvores com possível risco de queda; 59 para cortar árvores; 16 por destelhamentos; 17 por queda de colunas e/ou cabos; e 13 para objetos deslocados.
Das 120 intervenções na área metropolitana da capital uruguaia (Montevidéu, Canelones e San José), 39 corresponderam ao corte de árvores, 53 à fiscalização, 17 por destelhamentos, 10 por objetos deslocados e uma intervenção foi devido à evacuação de pessoas. Conforme o Centro de Comando Unificado, durante a vigência do alerta de ventos intensos, foram recebidos 435 pedidos de socorro relacionados ao evento meteorológico adverso.
Uma pessoa foi atingida pela queda de uma árvore e morreu na localidade de Paso de Arena. Os dados do Instituto Uruguaio de Meteorologia indicaram rajadas de vento de 98 km/h em Rocha e Punta del Este, 87 km/h em Atlântida, 80 km/h em San José, 78 km/h em Florida, 76 km/h em Laguna del Sauce e Durazno, 76 km/h em Colonia e 74 km/h em Montevidéu e Lavalleja.
A tempestade costeira provocou intensa agitação marítima com enormes ondas atingindo as barreiras da orla de Montevidéu, junto à extensa avenida que margeia o Rio da Prata que é a Rambla. As imagens registradas por fotógrafo da agência France-Presse são impressionantes.
Tradicionalmente, quando há ciclones na costa, a cidade de Montevidéu sofre com vento intenso e águas muito agitadas do Rio da Prata com grandes ondas que acabam estourando junto à Rambla e proporcionando às vezes até condições perigosas para os motoristas que trafegam.
O Uruguai, pela sua posição geográfica, está acostuma a sofrer com os impactos de ciclones, a maioria esmagadora de natureza extratropical que trazem vento ainda mais intenso que o observado na passagem de Yakecan. O evento mais traumático foi o de agosto de 2005 que deixou uma dezena de mortos e muita destruição pelas rajadas de vento de até 200 km/h no Sul do país.