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NOAA

A Rússia é o “epicentro” do aquecimento planetário neste primeiro semestre de 2020. O país com com maior dimensão territorial do mundo teve temperatura média nacional nos primeiros cinco meses do ano nada menos que 5,3°C acima do normal, o que é um valor excepcionalmente alto. 

A anomalia positiva de 5,3°C nos primeiros cinco meses do ano quebra com enorme folga de 1,9°C o recorde anterior. Trata-se da maior anomalia de temperatura média nacional na Rússia já observada na Rússia, segundo a Berkeley Earth. 

O enorme aquecimento pode estar por trás de um imenso desastre ambiental que afeta o Ártico russo. Autoridades russas confirmaram que o vazamento de 20 mil toneladas de óleo diesel ocorrido na cidade de Norilsk, no extremo Norte do país, na região do Círculo Polar Ártico, foi causado por problemas estruturais relacionados ao degelo do permafrost que vem derretendo em velocidade cada vez maior por conta do aquecimento do planeta.


Greenpeace

O que é o permafrost? Trata-se do solo que passa todo o ano congelado e que cobre 25% da superfície terrestre do Hemisfério Norte, sobretudo Rússia, Canadá e o estado norte-americano do Alasca. Pode ser composto por pequenos fragmentos de gelo ou grandes massas, e sua espessura pode ir de poucos metros a centenas.

O permafrost possui quase 1,7 trilhão de toneladas de carbono, ou seja, quase o dobro do dióxido de carbono (CO2) presente na atmosfera. 

O derretimento do permafrost estabelece um ciclo perigoso para o futuro climático do planeta. Os gases liberados na atmosfera pelo degelo do permafrost, como o metano, aceleram o aquecimento global e um maior aquecimento planetário faz derreter ainda mais permafrost. 

Ao mesmo tempo, a Sibéria continua sofrendo com incêndios florestais desde o ano passado. A falta de chuva e a temperaturas muito acima da média histórica facilitaram a volta das queimadas que atingiram fortemente a região no verão do ano passado.

O último inverno foi o mais quente já registrado na história da região, com temperaturas até 10°C acima da média em diversos locais. Os incêndios são outro fator que acelera o degelo do permafrost. 

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