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Fevereiro de 2025 foi o terceiro mais quente já registrado globalmente, com uma temperatura média de superfície do ar de 13,36°C, ficando 0,63°C acima da média de 1991-2020 para o mês e apenas 0,03°C mais quente que o quarto fevereiro mais quente, em 2020, conforme dados divulgados hoje pelo Copernicus, da União Europeia.

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O mês ficou 1,59°C acima da média estimada para 1850-1900, referência usada para definir o período pré-industrial, e foi o 19º mês nos últimos 20 meses em que a temperatura global ultrapassou 1,5°C acima desse patamar.

O valor de 1,5°C é muito acompanhado pelos cientistas porque foi o valor limite estabelecido como meta pelo acordo do clima de Paris, mas que tem sido reiteradamente superado mensalmente desde 2023.

Destes 20 meses, foram 13 – entre setembro de 2023 e abril de 2024 e de outubro de 2024 a fevereiro de 2025 – com anomalias substancialmente acima de 1,5°C, variando de 1,58°C a 1,78°C.

Essa análise pode apresentar pequenas variações dependendo do conjunto de dados utilizado, dada a incerteza inerente às estimativas de anomalias térmicas globais.

Cientistas esperavam que o aquecimento pudesse ser atenuado neste começo de 20245 com o fim do El Niño em 2024 e a instalação de um evento de La Niña, mas não foi o que ocorreu nos primeiros dois meses do ano.

Ao contrário, conforme dados do Sistema Copernicus, as temperaturas médias globais em janeiro e fevereiro de 2025 se mantiveram perto dos valores máximos históricos da série do modelo de reanálise ERA-5.

A temperatura média na Europa em fevereiro foi de 0,44°C, ficando 0,40°C acima da média de 1991-2020 para o mês, mas ainda assim longe dos 10 fevereiros mais quentes já registrados no continente.

Os aumentos mais expressivos na Europa foram registrados no norte da Escandinávia, na Islândia e nos Alpes, enquanto uma extensa região no leste europeu teve anomalias negativas.

Fora da Europa, as temperaturas mais altas em relação à média foram observadas no Ártico, em parte do norte do Chile e da Argentina, no oeste da Austrália e no sudoeste dos Estados Unidos e México.

A área de temperatura acima da média no Centro da América do Sul foi uma das mais expressivas no Hemisfério Sul, o que acompanhou o fevereiro de calor intenso muito frequente no Rio Grande do Sul.

Por outro lado, as temperaturas ficaram abaixo da média no mês passado em partes dos Estados Unidos e do Canadá, nas áreas próximas aos mares Negro, Cáspio e Mediterrâneo Oriental, e também em uma grande região do leste da Ásia, abrangendo parte do sul da Rússia, Mongólia, China e Japão.

O inverno europeu de 2025, abrangendo os meses de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025, registrou a segunda maior temperatura média já observada para a estação, com um aumento de 1,46°C em relação à média de 1991-2020. O recorde absoluto segue sendo o inverno de 2020, que foi 2,84°C mais quente que a média, informou hoje o Copernicus.

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No contexto global, o inverno boreal de 2025 também foi o segundo mais quente da história, com uma anomalia de 0,71°C acima da média de 1991-2020, apenas 0,05°C abaixo do recorde estabelecido no inverno de 2024.

Considerando o período de 12 meses de março de 2024 a fevereiro de 2025, a anomalia de temperatura foi de 0,71°C acima da média de 1991-2020 e 1,59°C acima da média pré-industrial. Essa marca ficou apenas 0,05°C abaixo do recorde global de 12 meses, que foi registrado em junho, julho e agosto de 2024, quando a anomalia atingiu 0,76°C acima da média de 1991-2020.

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Os oceanos também apresentaram temperaturas extremamente elevadas em fevereiro de 2025. A temperatura média da superfície do mar (SST) para a faixa de latitude entre 60°S e 60°N foi de 20,88°C, a segunda mais alta já registrada para o mês, ficando 0,18°C abaixo do recorde de fevereiro de 2024.

As anomalias de temperatura da superfície do mar permaneceram excepcionalmente altas em diversos oceanos e mares, embora a extensão dessas regiões tenha diminuído em comparação com janeiro, principalmente no Oceano Austral e no Atlântico Sul. Em contrapartida, algumas regiões, como o Golfo do México e o Mar Mediterrâneo, tiveram áreas de calor recorde maiores do que no mês anterior.

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O Ártico registrou algumas das anomalias mais expressivas, com temperaturas cerca de 20°C acima da média em determinadas regiões no início do mês, o que foi suficiente para derreter gelo marinho. O fenômeno foi observado principalmente no Polo Norte, no arquipélago canadense e no ártico ocidental e central da Sibéria.

Outras regiões com aumento expressivo de temperatura incluem o norte do Chile e da Argentina, o oeste da Austrália e o sudoeste dos Estados Unidos e México. Los Angeles, na Califórnia, registrou recordes históricos de calor em fevereiro. Em contraste, temperaturas abaixo da média foram registradas em uma extensa área entre o oeste dos Estados Unidos e a fronteira com o Canadá, além de partes da Rússia, Mongólia, China e Japão.

As anomalias de temperatura no oceano também refletem o impacto dos padrões climáticos globais. O fenômeno El Niño, que eleva temporariamente as temperaturas globais, chegou ao fim em 2024, mas a La Niña que se instalou foi muito fraca e breve.

Houve em fevereiro um ressurgimento de anomalias quentes no Pacífico oriental, o que pode caracterizar um El Niño Costeiro, o que pode atenuar a queda da temperatura global e manter os valores perto de recordes. Essa incerteza sobre o Pacífico reforça que o aquecimento acima dos padrões do planeta pode persistir nos próximos meses, com impactos relevantes em padrões meteorológicos ao redor do mundo.

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