Adeus 2013 ! O último dia do ano será de instabilidade no Rio Grande do Sul. O sol até aparece em algumas áreas do Estado, mas a nebulosidade aumentará e chove já no início do dia em alguns pontos. À tarde, as pancadas atingem maior número de cidades. Risco de chuva forte e de temporais de vento e granizo. E à noite, na hora da virada ? Esta é a pergunta que todos fazem. A tendência é que grande parte das cidades do Estado vire o ano sem chuva. Ao menos, segundo os modelos. Para ilustrar, selecionei as projeções de precipitação (em verde nos mapas) de três modelos numéricos globais (usados mundialmente pela Meteorologia) para ao redor da meia-noite. Observe que, apesar de existirem discrepâncias quanto ao posicionamento da chuva, os três sinalizam precipitação muito esparsa para avirada e tempo seco na maioria das cidades.


O que se desenha para este dia 31, diferentemente dos últimos dias, é que a instabilidade vai começar bem mais cedo. Modelos, em geral, projetam o avanço de nuvens de chuva do Uruguai para a Metade Sul e a formação de outras sobre o Estado ainda na primeira metade do dia (madrugada e manhã). De tarde, a chuva ficaria mais concentrada junto à Metade Norte e à noite a maior parte do território gaúcho já estaria sem chuva. É o que, por exemplo, projeta nos mapas abaixo o modelo WRF rodado na Argentina (horários são UTC e precisam ser reduzidos em -2 para a hora brasileira de verão).


O penúltimo dia do ano foi mais uma vez de calor muito intenso no Cone Sul da América do Sul, dominado há vários dias por uma massa de ar muito quente e úmido. Na Argentina, os termômetros indicaram 43,5ºC em Santiago del Estero, 42,5ºC em Catamarca, 42ºC em Oran, 41,6ºC em Tartagal e 41,5ºC em La Rioja. Na capital Buenos Aires, fez 37,1ºC no Aeroparque. No vizinho Uruguai, os termômetros marcaram 40,2ºC em Salto e 40ºC em Florida. O Aeroporto de Carrasco teve 37ºC. Foi mais um dia de praia transbordando de gente em Punta del Este (foto cortesia de Marcelo Umpierrez). Perto da fronteira com o Brasil, no departamento de Rivera, voltaram a se formar ontem nuvens de chuva (foto panorâmica abaixo de Jorge López).


No Rio Grande do Sul, a onda de calor prosseguiu com mais um dia escaldante em que as máximas ficaram perto de 40ºC. Fez 38,7ºC em Livramento, 38,6ºC em Jaguarão, 38,2ºC em São Gabriel, 37,3ºC em São Leopoldo, 32,7ºC em Camaquã, 37,1ºC em Santa Cruz do Sul e 37ºC na Base Aérea de Canoas. Nas praias, foi um dia maravilhoso, até que à tarde ocorreram pancadas (foto abaixo de André Ávila do Correio do Povo). No interior, sobretudo no Centro e no Leste do Estado, mais do mesmo. Pancadas de chuva de verão, caso de Lajeado (foto abaixo de Lucas Ruschel) e Torres (foto abaixo de Fábio Santos).



Em Porto Alegre, as máximas foram de 38,3ºC na Sertório, 38,1ºC no Moinhos de Vento, 37,8ºC no Menino Deus, 36,1ºC na Lomba do Pinheiro e na automática do Jardim Botânico, e 35,9ºC no Passo D’Areia. No final da tarde, um paredão de nuvens carregadas avançando de Norte alcançou a Capital. A sensação de quem observava era de iminência de um forte temporal (fotos abaixo por Alessandro Soares na zona Norte e pela usuária Nalua do Sistema Metroclima na panorâmica da cidade).


Nuvens escuras e carregadas cobriram Porto Alegre (fotos abaixo de Giovanni Martins e Rodrigo M), mas foi “visual” demais para efeito de menos. E uma decepção geral de quem torcia por chuva e refresco. Após trazer granizo isolado em Canoas, a instabilidade nada mais provocou que alguns pingos, o que não amenizou o intenso calor e piorou o abafamento na cidade.


A massa de ar quente e úmida, responsável pelo abafamento e temporais isolados ontem com chuva forte a intensa e até granizo, mantém a possibilidade de fenômenos severos localizados como aguaceiros neste último dia do ano e no primeiro de 2014. O maior risco é chuva localmente forte. Preocupação maior, porém, é reservada para quinta e sexta-feira. Por um centro de baixa pressão que derrubará a pressão atmosférica abaixo do valor crítico de 1000 hPa, e após pela passagem de frente fria na sexta, os dois dias são de alto risco de chuva intensa no Estado, inclusive na área de Porto Alegre, com possibilidade alagamentos e transtornos. A sexta é que preocupa mais, sobretudo na Metade Norte. Volumes de 100 mm a 250 mm em somente 48 horas não são descartados em alguns pontos do território gaúcho. (Com produção de Alexandre Aguiar)