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Um ciclone vai trazer vento muito intenso com rajadas com força de furacão no Sul da América do Sul agora neste começo de semana, conforme as projeções dos modelos numéricos e alertas do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina.

Modelo europeu indica vento extremo hoje na Patagônia | METSUL

A entrada de um sistema de baixa pressão ao longo desta segunda-feira vai provocar vento muito intenso e com força destrutiva em vários setores da Patagônia. Segundo o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), há alerta para a província de Santa Cruz e ainda o Centro-Oeste da província de Chubut por rajadas iguais ou superiores a 130 km/h.

Também foi emitido alerta para o Sudeste de Neuquén, Rio Negro, Leste de Chubut, Terra do Fogo e Ilhas Malvinas, onde as rajadas podem atingir ou superar 90 km/h. No Sul da província de Chubut, o aviso é ainda mais severo, com previsão de rajadas que podem ultrapassar 140 km/h perto do meio-dia.

A cidade que mais deve sofrer com o vento é Comodoro Rivadávia, mas vento extremo não é estranho aos moradores da localidade patagônica. Comodoro Rivadavia convive historicamente com o vento extremo, um dos elementos mais característicos do clima da cidade.

Situada numa zona de transição entre o litoral patagônico e a estepe do interior, a região funciona como um corredor natural para ventos intensos que sopram com frequência ao longo do ano.

A topografia aberta, a influência do Oceano Atlântico e a ausência de barreiras naturais favorecem rajadas fortes que, em muitos episódios, superam facilmente os 100 km/h em Comodoro Rivadávia.

Na primavera e no verão, quando predominam sistemas de baixa pressão e massas de ar de características distintas, as rajadas podem se tornar ainda mais violentas. É comum que eventos de 120 km/h a 140 km/h sejam registrados, como ocorrerá nesta segunda.

As rajadas violentas de vento impactam a rotina local com suspensão de atividades ao ar livre e aulas nas escolas, dificuldade de circulação, poeira em suspensão com baixa visibilidade e falta de luz.

Modelos numéricos indicam que nesta terça-feira o ciclone vai estar a Leste das Ilhas Malvinas e será poderoso com uma pressão atmosférica central mínima de tão-somente 950 hPa.

Proejção do modelo ECMWF indica pressão de 950 hPa no ciclone perto das Malvinas | METSUL

Modelo europeu aponta enorme campo de vento forte no Atlântico Sul | METSUL

Como o ciclone será muito intenso, o seu campo de vento forte no Atlântico Sul será enorme e abrangerá uma área de muitos milhares de quilômetros entre amanhã e a quarta-feira.

Haverá reflexos no Brasil? Conforme a análise da MetSul Meteorologia, o efeito será mínimo. O campo de vento deste ciclone perto das Malvinas vai apenas margear o Rio Grande do Sul e trará vento com rajadas de até 50 km/h a 60 km/h mais no Litoral Sul gaúcho da tarde para a noite desta terça e no começo da quarta, mesmo com o centro do ciclone a mais de dois mil quilômetrosdo território gaúcho. Em Porto Alegre, vento no Sul da cidade moderado de até 40 km/h no final da terça e em parte da quarta de Noroeste a depois Sul.

Outro reflexo se dará mar. O swell deste ciclone vai alcançar os litorais do Sul e do Sudeste do Brasil entre quarta-feira e sexta com ondas maiores e possibilidade de ressaca mais nos litorais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, mas não se antecipa uma ressaca muito grande.

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