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Novos dados, que ingressaram no começo desta quinta-feira, reforçaram o alto risco de chuva volumosa a excessiva no Sul do Brasil durante os próximos dias. Os acumulados de precipitação tendem a ser muito altos áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, podendo atingir em poucos dias 100% a 200% da média histórica de chuva de abril todo.

A região está em meio a um episódio de instabilidade que vai durar vários dias. Segundo os dados analisados pela MetSul, todos os dias devem ter chuva no Rio Grande do Sul até a terça-feira da semana que vem. Conforme o dia, chove mais ou menos em cada cidades. A soma de vários dias de instabilidade, entretanto, deve produzir acumulados de precipitação elevados.

A chuva na maior parte do período até terça-feira será fraca ou na forma de garoa, mas em alguns momentos tende a ser moderada a ocasionalmente forte na maioria dos locais do Rio Grande do Sul. Isoladamente, há risco de momentos de chuva intensa, o que pode causar alagamentos em áreas urbanas e rurais.

Hoje, a chuva não chega a ser generalizada no Rio Grande do Sul. Vários pontos ao longo da fronteira com o Uruguai e mais ao Sul do estado não devem ter precipitação. Já nesta sexta-feira se espera chuva mais ampla, embora pontos mais ao extremo Sul gaúcho possam seguir sem precipitação.

No fim de semana, uma área de baixa pressão vai reforçar ainda mais a instabilidade com chuva em todas as regiões do estado e que será localmente forte. A chuva aumentará ainda no Leste de Santa Catarina, devendo ser forte em alguns pontos e com elevados volumes.

O começo da semana que vem reserva mais chuva. Isso porque uma frente fria associada a um centro de baixa pressão na região do Prata deve começar a ingressar no Rio Grande do Sul a partir do Oeste, trazendo mais precipitação. A frente traz chuva mais volumosa na Metade Oeste na segunda. Na terça, o sistema frontal cruza pelo estado, trazendo mais água.

A tendência, de acordo com a análise da MetSul Meteorologia, é que grande parte dos municípios gaúchos registre acumulados de chuva de ao menos 50 mm a 100 mm até a terça-feira, mas haverá pontos do estado em que choverá muito mais. Diversos pontos podem passar de 100 mm e algumas áreas de forma mais localizada podem anotar índices pluviométricos tão extremos como acima de 200 mm. Os mapas a seguir mostram as projeções de chuva para sete dias a partir dos dados dos modelos europeu e alemão atualizados na madrugada desta quinta-feira.

Chamamos atenção que entre o Litoral Norte gaúcho e o Leste de Santa Catarina podem ser registrados acumulados excessivos a extremos de precipitação nos próximos dias. O risco é válido para localidades situadas principalmente junto à Serra do Mar, uma vez que as precipitações devem ser de natureza orográfica com umidade do oceano avançando sobre o relevo e gerando intensas precipitações.

O mapa acima mostra a projeção de chuva para 72 horas, até 21h de sábado, do modelo WRF de alta resolução inicializado com o modelo europeu. Observa-se a tendência de áreas do Litoral Norte gaúcho e do Leste de Santa Catarina, principalmente perto e junto à encosta da Serra do Mar, terem chuva muito volumosa a isoladamente extrema com possibilidade de acumulados de precipitação por demais altos de forma muito isolada.

Acumulados tão altos e mesmo extremos como os indicados pelos modelos numéricos para estas regiões por conta da precipitação orográfica oferecem um elevado risco para a população porque capazes de gerar alagamentos, inundações repentinas, queda de barreiras e mesmo deslizamentos de terra.

O modelo WRF inicializado com o modelo norte-americano é ainda mais agressivo em indicar volumes extremos no Litoral Norte gaúcho e em parte do Leste catarinense. Existe a possibilidade de o modelo estar superestimando os volumes, mas considerando o seu histórico em eventos de chuva orográfica a projeção merece ser vista com atenção.

Outra preocupação é com níveis de rios. Uma vez que se espera chuva com volumes muito altos e mesmo localmente extremos há risco de cheias e enchentes. Determinar quais rios podem enfrentar cheias não é possível ainda no momento, mas o risco nos parece alto para bacias que têm nascentes ou cruzam as áreas do Alto Jacuí, Serra e o Planalto Médio.

Como consultar os mapas – Todos os mapas neste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas a qualquer hora. A plataforma oferece mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.

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