
Alagamentos na manhã de hoje na região da Praia de Belas | FERNANDO OLIVEIRA
O bairro Praia de Belas, na área central da cidade, enfrenta alagamentos em diversos pontos na manhã desta quarta-feira devido à enchente do Guaíba. Alagamentos eram registrados desde a segunda-feira na região, mas se agravaram muito nas últimas horas com grande acumulado de água em algumas ruas.
Quando há grandes enchentes do Guaíba, e esta é a terceira maior em 150 anos, dois pontos da cidade sofrem com alagamentos por conta das águas refluindo pela rede pluvial para as ruas, o Quarto Distrito e a Praia de Belas.
Justamente estas duas áreas da cidade sofrem com alagamentos neste momento por conta do Guaíba refluindo pela rede de esgotos. Mercado Público e Rodoviária são outros pontos em que no passado houve refluxo de água do Guaíba pela rede subterrânea.
Em 2015, esta mesma área da cidade também sofreu com alagamentos nas enchentes daquele ano. Chegou a ocorrer um grande alagamento na altura do prédio do Tribunal de Justiça que causou prejuízos ao órgão e paralisou atividades por vários dias.
Hoje, com vento Sul, que volta a elevar o Guaíba, pela geografia da cidade, pontos do Centro para o Sul da capital podem sofrer mais com alagamentos pelo altíssimo nível do Guaíba, alerta a MetSul Meteorologia.
Porto Alegre: situação caótica na Av. Praia de Belas. pic.twitter.com/7zNJgU8n9U
— Fernando Oliveira (@fernao_berthold) November 22, 2023
Porto Alegre: Rua Barão do Gravataí, água cobre parte das ruas no entorno da Churrascaria Garcia e invade parte do pátio da Brigada Militar. pic.twitter.com/12uTf5XCuY
— Fernando Oliveira (@fernao_berthold) November 22, 2023
O nível do Guaíba voltou a se elevar nas medições da capital gaúcha na manhã desta quarta-feira. O motivo está no vento que passou a soprar do quadrante Sul sobre a Lagoa dos Patos, o que acaba por gerar represamento.
O que ocorre? Quando há vento soprando do quadrante Sul sobre a lagoa, há efeito de “empilhamento” da água que dificulta o escoamento das águas do Guaíba para o Sul, na direção da lagoa, que já está com seu nível muito alto e retarda o escoamento, com ou sem vento.
O nível do Guaíba começou uma trajetória de baixa na tarde de ontem e às 4h da manhã desta quarta a cota no Cais Mauá havia caído para 3,26 metros. Com a mudança do vento para Sul na lagoa, o Guaíba voltou a subir e estava com 3,32 metros no meio da manhã de hoje.
O Guaíba atingiu ontem (21) entre 8h e 9h da manhã a maior cota desde a enchente de 1941 com 3,46 metros. Com isso, a cheia de novembro de 2023 se torna a terceira maior da história da capital, nos últimos 150 anos, só atrás das cotas de 4,76 metros de 1941 e 3,50 metros de 1873.