
Pessoas são resgatadas de um bairro inundado em LaPlace, Louisiana, Estados Unidos, em 30 de agosto de 2021, após a passagem do furacão Ida. | PATRICK T. FALLON/AFP/METSUL METEOROLOGIA/ARQUIVO
A “maldição” da letra “I” em furacões. Isabel. Ivan. Ike. Irene. Irma. Ida. Ian. Todos violentos furacões, ocorridos desde 2003, e com uma vogal em comum. Aí fica a pergunta? Por que tantos devastadores furacões começaram com a mesma letra. Uma mera coincidência ou existe uma explicação científica.
Desde 1953, as tempestades recebem nomes humanos para facilitar sua identificação. Durante 26 anos, eles receberam apenas nomes femininos, mas em 1979 foram introduzidas as listas alfabéticas alternadas entre homens e mulheres que se usa hoje.
Os nomes associados a tempestades que causam graves perdas de vidas ou danos materiais são retirados das listas, ou “aposentados”, pela Organização Meteorológica Mundial. A ideia de aposentar permanentemente o nome de uma tempestade começou após a temporada de furacões de 1954, quando Carol, Edna e Hazel devastaram a Costa Leste.
Desde aquele ano fatídico, quase cem nomes foram retirados das listas e a contagem daqueles que começam com “I” totaliza mais do que qualquer outra letra. Os nomes de ciclones tropicais do Atlântico Norte que começam com a letra “I” aposentados incluem Ione (1955), Inez (1966), Iris (2001, Isidore (2002), Isabel (2003), Ivan (2004), Ike (2008), Igor (2010), Irene (2011), Ingrid (2013) e Irma (2017).
A abundância de tempestades devastadoras com o nome começando com “I” não é totalmente surpreendente: tendem a coincidir com o período de pico típico da temporada de furacões, entre meados de agosto e o final de setembro.
Com temperaturas oceânicas quentes e a ausência de ventos fortes de alta altitude, as condições são normalmente ideais para o desenvolvimento de furacões justamente quando o ‘I’ é alcançado na lista alfabética de tempestades.
Nos últimos 50 anos, em média a tempestade de letra “I” ou nona com nome se forma em 23 de setembro, próximo ao final do pico da temporada de furacões. Mas durante as temporadas ativas, que produzem alguns dos furacões mais extremos, a data média ocorre cerca de duas semanas antes, coincidindo com a parte mais ativa do período de pico dos furacões.
Hoje, mais um furacão com letra “I” pode fazer história e com seu alto potencial e estragos tem tudo para ser retirado depois das listas e ter seu nome aposentado. Idalia atinge o estado da Flórida neste quarta-feira como um furacão descrito pela Meteorologia dos Estados Unidos como “extremamente perigoso” e que deve provocar, além de ventos acima de 200 km/h, também trará “potencialmente catastrófica” maré de tempestade na costa.