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A imagem, a mais próxima já tirada do Sol, mostra a coroa solar repleta de milhares de explosões solares em miniatura, que os cientistas apelidaram de fogueiras (campfires). As fotos são as primeiras divulgadas pela missão Solar Orbiter, liderada pela Agência Espacial Européia (ESA).

“Quando as primeiras imagens apareceram, meu primeiro pensamento foi que isso não é possível, não pode ser tão bom”, disse David Berghmans, pesquisador líder do instrumento Imager Ultraviolet Extreme da sonda, em uma coletiva de imprensa em 16 de julho. “Foi muito melhor do que ousávamos esperar”.

“O Sol pode parecer quieto à primeira vista, mas quando olhamos em detalhes, podemos ver essas labaredas em miniatura em todos os lugares”, disse Berghmans, físico solar do Observatório Real da Bélgica, em Bruxelas, em comunicado.

As fogueiras são apenas milionésimos ou bilionésimos do tamanho das explosões solares visíveis da Terra, que são erupções poderosas e enormes que se acredita serem causadas por interações nos campos magnéticos do Sol. 

A equipe da missão ainda precisa descobrir se os dois fenômenos são conduzidos pelo mesmo processo, mas os pesquisadores especulam que o efeito combinado de muitas fogueiras poderia contribuir para o calor abrasador da coroa solar, a atmosfera externa do Sol. A coroa é centenas de vezes mais quente que a superfície do Sol, mas o motivo é um mistério de longa data.

As fotos, tiradas pelo termovisor ultravioleta em 30 de maio e divulgadas hoje foram capturadas a 77 milhões de quilômetros da superfície do Sol (a Terra fica a cerca de 150 milhões de quilômetros do Sol).

Uma missão ousada da NASA, chamada Parker Solar Probe, chegou ainda mais perto e chegará a apenas 6,2 milhões de quilômetros durante sua missão – dentro da própria coroa – mas o ambiente é tão severo que não carrega uma câmera de frente para o Sol.

Enquanto isso, na Terra, o Telescópio Solar Daniel K. Inoye, no Havaí, captou imagens do Sol com maior resolução do que o orbital, mas elas não capturam completamente a luz da estrela, porque a atmosfera da Terra filtra alguns comprimentos de onda ultravioleta e de raios X.