Anúncios

Rio atmosférico atua no Sul do Brasil, mais concentrado no Rio Grande do Sul, desde o domingo (20) com elevados volumes de chuva em parte do território gaúcho e ainda temporais isolados com vento forte.

Os acumulados de precipitação em apenas três dias devido ao rio atmosférico foram extremos em alguns municípios com mais de 200 mm, o que trouxe alagamentos, enxurradas e inundações repentinas com transbordamento de pequenos rios, arroios e córregos.

Estações meteorológicas registraram na soma entre domingo (20) e terça (23) volumes de chuva no Rio Grande do Sul de 245 mm em Giruá, seguidos por 239 mm em São Paulo das Missões, 238 mm em Santo Cristo, 230 mm em Campina das Missões, 227 mm em Porto Xavier e 204 mm em Porto Vera Cruz.

No mesmo período, choveu 190 mm em Garruchos, 174 mm em Não-Me-Toque e Ijuí, 169 mm em Santo Ângelo, 164 mm em Pontão, 146 mm em Panambi, 144 mm em Ajuricaba, 140 mm em Jaboticaba e 139 mm em Saldanha Marinho, 138 mm em Espumoso, 136 mm em São Luiz Gonzaga, 132 mm em Pejuçara e 131 mm em Carazinho e Tupanciretã.

Os dados indicaram ainda nestes três dias volumes de 129 mm em Porto Mauá, 122 mm em Chapada e Cruz Alta, 121 mm em Jóia e Erval Seco, 119 mm em Victor Graeff, 118 mm em São Luiz Gonzaga e Tio Hugo, 117 mm em Soledade e 115 mm em Entre-Ijuís e Liberato Salzano; 114 mm em Seberi e Barra do Guarita, 112 mm em Ronda Alta e Ibirapuitã, 111 mm em Colorado, 109 mm em Santo Antônio das Missões, 106 mm em Condor e São Gabriel, 105 mm em São Martinho, 104 mm em Itaqui, 103 mm em Ernestina, 102 mm em Barros Cassal e Tenente Portela e 101 mm em Palmeira das Missões.

A chuva excessiva, que foi reiteradamente alertada pela MetSul Meteorologia, decorre do rio atmosférico que transporta ar tropical quente e carregado de muita umidade diretamente da região amazônica para o Rio Grande do Sul por conta de um bloqueio atmosférico associado a um Vórtice Ciclônico em Altos Níveis da Atmosfera (VCAN) sobre o Centro do Brasil.

Um rio atmosférico é uma extensa e estreita faixa de ar extremamente úmido que se desloca na atmosfera transportando enormes volumes de vapor d’água, muitas vezes equivalentes ao fluxo de grandes rios na superfície. Por isso são conhecidos também como rios voadores e costuma trazer chuva volumosa.

Os mapas a seguir mostram as últimas projeções de IVT (Transporte Integrado de Vapor), que mostram a configuração do rio atmosférico e sua intensidade, entre hoje (24) e a segunda-feira (29), a partir de dados do modelo meteorológico Icon.

METSUL

Como se observa, o rio atmosférico persistirá entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina ainda por vários dias com maior intensidade no território gaúcho, onde deve ganhar força no fim de semana. Com isso, ao menos até o começo da semana que vem o tempo não firma no Rio Grande do Sul e pode chover todos os dias no estado até o domingo (28) ou a segunda-feira (29).

Chamamos a atenção que isso não significa que vai chover todos os dias em todas as cidades do estado e o tempo todo. Haverá períodos com sol, nuvens e calor, e além disso haverá locais com trégua da chuva em alguns dias.

A manutenção do rio atmosférico sobre o Rio Grande do Sul até o começo da próxima semana sob uma massa de ar quente, como a MetSul já alertou, significa que haverá novos episódios de chuva localmente forte a intensa com volumes muito altos em curto período capazes de causar alagamentos, inundações repentinas e enxurradas, ou seja, haverá mais transtornos por excesso de chuva e com risco de temporais isolados com vendavais e granizo.

Anúncios