Novembro é o último da primavera meteorológica, o trimestre de setembro a novembro, assim já estão presentes alguma características de verão. Notadamente, há aumento da chuva no Brasil Central e uma elevação da temperatura no Sul do país à medida que se aproxima a estação quente do ano.

Novembro terá instabilidade frequente no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil com chuva acima da média e muitos dias de temporais com chuva forte e raios | GABRIEL ZAPAROLLI
No Centro-Oeste e no Sudeste, com o fim da temporada seca, ar tropical quente e úmido faz com que as pancadas de chuva e os temporais isolados se tornem mais frequentes. No Sul do Brasil, por sua vez, novembro é o mês mais quente do trimestre de primavera.
As temperaturas no Sul costumam, na média histórica, serem muito mais elevadas que no início da estação, em setembro, quando as características ainda são parecidas com as do inverno meteorológico.
Em Porto Alegre, novembro tem média de temperatura mínima pela série 1991-2020 de 17,2ºC, a quarta mais alta do ano, apenas atrás de janeiro, fevereiro, março e dezembro. Já a média máxima é de 27,7ºC, a quarta mais alta entre todos os meses do calendário na capital gaúcha.
A média histórica de precipitação em Porto Alegre no mês de novembro, de acordo com a série 1991-2020, é de 105,5 mm, muito inferior às médias de setembro (147,8 mm) e de outubro (153,2 mm). É a segunda menor média mensal de precipitação, somente atrás de março (103,3 mm).
Na cidade de São Paulo, considerando os dados da estação de Mirante de Santana e a série histórica 1991-2020, a temperatura mínima média de novembro é de 17,3ºC ao passo que a média máxima mensal é de 26,9ºC.
Já a precipitação média histórica de novembro na estação da capital paulista é de 143,9 mm, muito acima da mínima anual que é a de agosto de 32,3 mm, mas muito abaixo da maior do calendário climatológico que é de 292,1 mm no mês de janeiro.
Oceano Pacífico em novembro
Em 2024, em novembro, ao longo do mês, o Oceano Pacífico apresentava condições de neutralidade na faixa equatorial com anomalias de temperatura da superfície do mar ao redor de -0,1ºC a -0,3ºC. Neste ano, as águas estão mais frias e a agência de clima dos Estados Unidos (NOAA) declarou condições de La Niña.

NOAA
O último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar está em -0,6ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central. O valor está exatamente no limite inferior de La Niña de fraca intensidade (-0,5ºC a -0,9ºC).
No decorrer de novembro, há margem para um resfriamento adicional. Assim, o cenário indica que as condições oceânicas em patamar de La Niña devem persistir no penúltimo mês do ano, mas em patamar predominantemente de fraca intensidade.
Chuva em novembro
Os volumes de chuva devem aumentar consideravelmente no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil durante o mês de novembro, marcando o começo da estação chuvosa, com precipitações mais frequentes e volumosas.
A primeira quinzena de novembro já terá volumes significativos em vários pontos do Centro-Sul do Brasil com marcas que podem ficar próximas e que eventualmente podem atingir a média histórica de chuva do mês inteiro em vários estados. O mapa a seguir mostra a projeção de chuva para a primeira metade do mês do modelo do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF).

METSUL
Volumes de 100 mm a 150 mm podem ser anotados em pontos de todos os estados do Sul, Centro-Oeste e o Sudeste na primeira metade do mês com os maiores acumulados se dando de forma localizada, principalmente acompanhando temporais que trazem altos volumes em curto período.
No geral, a tendência é de chuva perto e acima da média em quase todo o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil no mês de novembro, exceção de alguns pontos do Mato Grosso e Goiás que isoladamente podem ter precipitação abaixo da média. Onde pode chover muito acima da média é em setores do interior de São Paulo e de Minas Gerais, inclusive a área de Belo Horizonte, com possibilidade no mês de 300 mm a 400 mm em algumas cidades mineiras.

Mapa de anomalia de precipitação no Centro-Sul do Brasil em novembro prevista pelo modelo norte-americano CFS. O mapa não necessariamente representa o prognóstico da MetSul e é meramente ilustrativo. | METSUL
Na Região Sul, o cenário de chuva é mais complexo. O Paraná deve ser o estado da região com mais chuva em novembro deste ano com precipitação acima da média em muitas cidades. Em Santa Catarina, precipitação perto e acima da média na maioria das áreas com mais chuva em áreas próximas do Paraná e no Leste do estado. Em pontos mais a Oeste, a precipitação deve ser irregular.
No Rio Grande do Sul, novembro deve ter chuva abaixo da média em muitas cidades, em especial do Sul e parte do Centro-Oeste do estado. Mais ao Norte e ao Nordeste gaúcho, a tendência é que o mês tenha mais chuva que as demais regiões do estado com marcas pouco abaixo ou ao redor da média com pontos localizados apresentando precipitação acima da média.
Temperatura em novembro
Novembro será um mês de temperatura abaixo da média na maior parte do Centro-Sul do território brasileiro, repetindo o padrão observado em outubro. Chuva frequente vai ser fator decisivo para moderar as temperaturas no Centro-Oeste e Sudeste, impedindo períodos mais secos e quentes prolongados.
Os mapas a seguir mostram a tendência de anomalia (desvio da média) de temperatura para quatro semanas de novembro, a partir dos dados do modelo de clima do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF).

ECMWF

ECMWF

ECMWF

ECMWF
O sinal é muito claro de que o mês deve transcorrer na maior parte com temperaturas perto e abaixo da média no Centro-Sul do Brasil com calor escasso e muitos dias com marcas agradáveis para os padrões sazonais. Incursões de ar frio ainda devem ocorrer na Região Sul e que afetarão parte do Sudeste, mas não devem ter grande intensidade. Não se projeta, assim, um novembro com muitos dias de calor.
No Rio Grande do Sul, grande parte do mês deve ser marcado por dias agradáveis ou de calo moderado. Jornadas de calor mais intenso devem ser escassas ou poucas. Com isso, espera-se com frequência vento do quadrante Leste, que sopra moderado a forte entre a tarde e a noite pelo contraste térmico e de pressão entre o mar e o continente.
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