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Uma área de baixa pressão que está neste momento sobre o Rio Grande do Sul, onde provoca chuva nesta segunda-feira, vai avançar para o Oceano Atlântico e dar origem a um ciclone extratropical enorme e intenso em mar aberto.

Ciclone sobre o Atlântico Sul será enorme na quarta-feira | EARTH NULL

O centro de baixa pressão vai estar sobre o Atlântico, logo a Sudeste do Chuí, no final desta segunda com pressão de 1.010 hPa. O sistema, então, começará a passar por um rápido processo de aprofundamento, com uma ciclogênese (formação de um ciclone) e sua pressão central cairá para 1.002 hPa na madrugada dessa terça.

Ao longo da terça, a baixa pressão se distanciará gradualmente do continente e vai se intensificar muito. De manhã, já como um ciclone extratropical, a pressão atmosférica no centro do sistema já estará em 998 hPa.

Entre a tarde e a noite da terça, o aprofundamento do ciclone será ainda maior e na noite de terça o sistema estará com pressão central de 987 hPa, ou seja, 23 hPa abaixo do mesmo horário no dia anterior.

Isso é praticamente o limite de caracterização de uma ciclogênese explosiva ou formação de um ciclone bomba, que ocorre quando a pressão atmosférica cai 24 hPa ou mais em um intervalo de apenas 24 horas.

Na quarta-feira, o ciclone estará ainda mais intenso com pressão central em superfície de 983 hPa a 985 hPa, mas muito distante do continente, a cerca de 1.500 a 1.800 quilômetros de terra firme, no meio do Atlântico.

Os mapas a seguir mostram a evolução prevista para este ciclone extratropical a partir de dados do modelo do Centro Meteorológico Europeu (clique aqui para ter acesso), em que se constata como o aprofundamento e afastamento do sistema será rápido e a sua fase intensa vai se dar longe do continente.

METSUL

Como consequência do rápido afastamento e sua fase mais intensa se dar já longe de terra firme, a expectativa da MetSul Meteorologia é que os impactos do ciclone não sejam muito significativos.

Mesmo assim se espera vento. Onde mais deve ventar nesta terça-feira é na região dos Campos de Cima da Serra, em especial em locais próximos do chamado “paredão” com o litoral, como entre Cambará do Sul e São Francisco de Paula. Conforme os dados, nestas áreas mais a Leste da Serra e dos Aparados, as rajadas podem ficar entre 70 km/h e 90 km/h, mas isoladamente superiores. O mesmo pode ocorrer na borda da Serra no Planalto Sul Catarinense.

No litoral, região costumeiramente mais afetada pelos ciclones, o vento não deverá ser muito intenso. Os dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam rajadas entre 50 km/h e 70 km/h na faixa costeira, embora superiores em alguns locais. O vento afetará mais o Litoral Norte enquanto no Litoral Sul não se projeta ventania mais forte.

Em Porto Alegre, o vento tampouco deve ser muito forte. Vai se intensificar nesta terça e pode soprar com rajadas de 50 km/h a 60 km/h às margens do Guaíba, no Sul da cidade. No restante da capital, o vento deverá soprar mais fraco.

Na quarta-feira, com o ciclone já distante do continente, a tendência é que o campo de vento forte do sistema esteja todo ele sobre o mar com rajadas perto e acima de 150 km/h perto do seu centro. Em terra, o vento cede e vai soprar predominantemente fraco no Sul do Brasil com um centro de alta pressão sobre a região.

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