A MetSul Meteorologia alerta para o risco de elevados volumes de chuva que, isoladamente, podem ser excessivos em Santa Catarina e no Paraná com alagamentos e possibilidade de inundações entre hoje e quinta-feira.
Pontos isolados do interior dos dois estados podem ter acumulados altos, entretanto o risco será maior em áreas do Leste catarinense e paranaense, em áreas próximas da costa e junto à Serra do Mar.
Áreas de instabilidade avançam de Oeste para Leste hoje, amanhã e quinta por Santa Catarina e o Paraná com chuva em vários pontos e que isoladamente pode ser forte a intensa em diferentes localidades.
Estas áreas de instabilidade, além de chuva forte, em alguns pontos podem trazer até temporais isolados com risco de rajadas de vento forte e ocasional queda de granizo, além de descargas elétricas.
O risco meteorológico maior, entretanto, será chuva que pode ter acumulados altos a muito elevados na soma dos três dias com possibilidade de volumes excessivos em curto intervalo.
É altamente provável que ocorram episódios de chuva localmente forte a torrencial com elevados acumulados em curto período, o que pode trazer alagamentos, inundações repentinas e mesmo enxurradas.
A instabilidade deve afetar ainda o Nordeste do Rio Grande do Sul, em particular pontos da Serra Gaúcha e do Litoral Norte, com risco de chuva forte isolada e possibilidade de volumes mais altos na região de Torres. Dados mostram o risco de chover forte também em pontos do Sul gaúcho.
Chuva orográfica pode trazer volumes mais altos
Os dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam correntes de vento soprando do mar para o continente em direção aos estados de Santa Catarina e o Paraná entre esta quarta e a quinta com elevados índices de água precipitável.
Ao interagir com o relevo, a umidade vinda do mar deve favorecer a ocorrência de chuva de natureza orográfica, que sempre traz o risco de precipitações volumosas ou mesmo excessivas.
A chuva orográfica é a precipitação induzida pelo relevo. Umidade que vem do oceano, trazida por vento, ao encontrar a barreira do relevo da Serra do Mar, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa com camadas mais frias. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.
Em um exemplo bem didático. O que acontece se você chega na frente de um espelho e soltar ar da sua boca? O espelho que tem uma superfície mais fria vai ficar embaçado (úmido) e molhado.
Com a chuva orográfica ocorre o mesmo. O ar mais úmido e quente (analogia com ar que sai da boca) encontra um obstáculo físico que é o relevo (como o espelho) e ao chegar nesta barreira que são os morros sobe na atmosfera e encontra temperatura mais baixa, condensando-se o vapor de água e formando chuva.
Veja as projeções de chuva dos modelos
Os mapas abaixo mostram as projeções de chuva dos modelos WRF inicializados com os modelos norte-americano e europeu para o período de 72 horas no Sul do Brasil, ou seja, com a chuva projetada até 21h de quinta-feira.

METSUL

METSUL
Fica evidente pelos mapas a tendência de chover com acumulados altos em vários locais de Santa Catarina e o Paraná, em particular no Leste dos dois estados, com marcas em diferentes pontos de 100 mm a 200 mm e isoladamente superiores.
O estado que mais preocupa é Santa Catarina, assim destacamos as projeções dos dois modelos em alta resolução de chuva para 72 horas exclusivamente para o território catarinense.

METSUL

METSUL
Como se observa, o modelo WRF inicializado com o norte-americano GFS é o que mais indica chuva com acumulados altos em vários pontos e isoladamente excessivos com acumulados até acima de 200 mm a 250 mm.
Por isso, o cenário é de atenção para chuva forte a intensa com risco de alagamentos e inundações. A chuva volumosa ainda pode criar riscos geológicos com possibilidade de deslizamentos de terra e quedas de barreiras.
Todos os mapas deste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas a qualquer hora. A plataforma oferece mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.
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