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Uma grande massa de ar seco e quente cobre neste momento a maior parte do Brasil com muito sol, umidade relativa do ar muito baixa à tarde no Centro do país, grande amplitude térmica com tardes quentes para o mês de julho e que ainda favorece um aumento nas queimadas.

Mapa mostra massa de ar seco no Brasil

METSUL

O mapa acima mostra a projeção de umidade relativa do ar do modelo norte-americano GFS do NCEP/NOAA para todo o Brasil na tarde desta segunda-feira em que se observa claramente a grande extensão da massa de ar seco.

A influência do ar seco é maior em estados do Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil, em particular no Brasil Central. São poucas áreas em que o ar não está muito seco, casos do extremo Norte do país, áreas mais ao Sul do território nacional e a costa do Nordeste.

A atmosfera está muito seca em particular no Triângulo Mineiro, interior de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Sul do Amazonas, Sul do Pará e no estado de Tocantins.

Grande número de cidades nestes estados deve ter hoje e nos próximos dias umidade relativa do ar durante a tarde entre 10% e 15%, ou seja, em valores de deserto, com risco para a saúde e principalmente de doenças respiratórias.

Ontem, por exemplo, quase todo o Centro-Oeste do Brasil registrou umidade durante a tarde apenas entre 15% e 25%, mas com locais em que os índices foram menores. Na estação meteorológica de Cotriguaçu, no Mato Grosso, a umidade desceu a somente 10%.

Massa de ar seco inibe chuva

Com um padrão de bloqueio atmosférico, a massa de ar seco inibe a ocorrência de chuva nesta semana em quase todo o Brasil. O mapa abaixo mostra a projeção de precipitação para o território brasileiro do modelo alemão Icon para a semana com dados atualizados nesta segunda-feira.

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Como se verifica, a maior parte do Brasil não terá chuva nesta semana, o que vai agravar a estiagem que já assola estados como Amazonas e Rondônia. A chuva tende a ocorrer mais nos extremos Sul e Norte do país com os maiores acumulados na faixa equatorial.

Grande amplitude térmica e tardes quentes

O ar seco, assim como ocorre em desertos, favorece uma grande amplitude térmica, ou seja, uma acentuada diferença entre as mínimas e máximas do dia. Esfria mais durante a noite e aquece mais durante o dia com a baixa umidade.

Porto Velho, em Rondônia, como exemplo, teve temperatura mínima no domingo de apenas 17,8ºC, mas a temperatura máxima durante a tarde atingiu 36,4ºC. Cuiabá foi de 16,3ºC a 37,1ºC ontem.

A capital do Mato Grosso, aliás, vai ter uma semana com tardes muito quentes sob os efeitos da grande massa de ar quente. No fim de semana, as máximas em Cuiabá foram de 37,1ºC no domingo e 36,6ºC no sábado. A semana inteira deve ter máximas acima de 35ºC na cidade com alguns dias registrando marcas de 38ºC a 39ºC.

Ar seco favorece fogo

Com o tempo seco persistente e com muitos dias de umidade do ar muito baixa com tardes de forte calor, a tendência é de um aumento no número de queimadas, sobretudo no Sul da região amazônica, no Cerrado e no Pantanal. O mapa abaixo mostra que o risco de fogo em vegetação é muito alto a extremo em grande parte do Centro do Brasil.

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No Pantanal, entre os dias 7 e 17, nenhum dia havia anotado mais de 10 focos de calor nas observações por satélite e alguns chegaram a ter zero. No sábado, os satélites captaram 47 focos de calor e ontem foram 53.

Os últimos dias tiveram um forte incremento no número de queimadas também no Cerrado. Os dias 17, 19 e 21 foram os piores neste mês até agora em números de focos de calor no bioma, todos com mais de 350 focos de calor diários observados pela rede de satélites.

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